Crítica sobre o filme "Predador, O":

Jorge Saldanha
Predador, O Por Jorge Saldanha
| Data: 25/07/2010
Continuando uma série de sucessos que incluíram CONAN, O BÃRBARO (1982) e O EXTERMINADOR DO FUTURO (1984), Arnold Schwarzenegger estrelou em 1987 O PREDADOR, indiscutivelmente um de seus melhores filmes. Ele interpreta o major “Dutch†Schaefer, líder de um grupo de comandos de elite que, em uma missão de resgate nas selvas sul-americanas, vê-se face a face com um alienígena cujo esporte é caçar seres humanos. Esperando encontrar guerrilheiros convencionais, os comandos acabam tendo de enfrentar a astúcia e a camuflagem do Predador. O filme é uma grande perseguição na selva que culmina no antológico duelo entre o caçador alienígena e o seu troféu humano - “Dutchâ€, o único que demonstra possuir mais cérebro que músculos, e por isso é capaz de enfrentar a criatura.

Vários fatores fazem de O PREDADOR um cult dos filmes de ficção científica e ação, sendo um deles a exemplar direção de John McTiernan, que graças a ele se tornaria um nome respeitado pela indústria de Hollywood, realizando posteriormente filmes como DURO DE MATAR (1988) e CAÇADA AO OUTUBRO VERMELHO 1989). Outro mérito da produção é seu roteiro preciso e enxuto que não tenta ser profundo ou dar significado a acontecimentos ou personagens, apenas estrutura com perfeição os eventos que conduzem a história, deixando Schwarzenegger à vontade no papel. Um dos aspectos interessantes da história é o modo como os soldados são retratados: no início, estereótipos do machão, confiantes em sua força, mas conforme eles vão sendo eliminados um a um, humilhantemente, as coisas mudam de figura e surge até mesmo a insinuação de um relacionamento homossexual entre dois deles...

Merece destaque o elenco de “durões†que inclui, além de Arnold, Carl Weathers (ROCKY), Bill Duke e o ex-fuzileiro, ex-lutador e ex-governador Jesse Ventura. Shane Black, roteirista de DURO DE MATAR, interpreta um dos integrantes dos comandos de Dutch, e Jean-Claude Van Damme, antes da fama, interpreta o Predador em algumas cenas sem ser creditado (quem leva todo o crédito é o gigante Kevin Peter Hall, que faleceu após filmar PREDADOR 2). Outros grandes méritos da produção são os econômicos, mas excelentes (para a época) efeitos especiais, em especial a caracterização do Predador, criada pelo também já falecido mestre Stan Winston, e a “musculosa†trilha sonora de Alan Silvestri, baseada em metais e percussão. Apesar de ser um filme cultuado, O PREDADOR gerou uma franquia irregular: teve uma boa continuação em 1990 estrelada por Danny Glover, mas que não fez muito sucesso na época, e o caçador alienígena retornou às telas apenas no século 21, nos dois medíocres crossovers ALIEN VS. PREDADOR. Vamos ver se, com o novo PREDADORES, ele volte a ter um filme à altura.