Crítica sobre o Blu-ray "Fox - 103 Min." do filme "Predador, O":

Jorge Saldanha
Predador, O Por Jorge Saldanha
| Data: 25/07/2010

O PREDADOR já havia sido lançado em Blu-ray nos EUA pela Fox em 2008, em uma edição muito criticada principalmente por sua qualidade irregular de imagem, caracterizada por alta granulação, artefatos e danos de película. Já este relançamento da Fox, que chegou aqui quase simultaneamente à estreia nos cinemas do novo PREDADORES, usa a mesma transferência em alta definição da recente “Ultimate Hunter Edition”, que se retificou os problemas da versão anterior, criou outros. De acordo com a distribuidora o filme foi totalmente restaurado, e isso se nota facilmente na nova e brilhante transferência anamórfica 1080p/AVC MPEG-4, que manteve a proporção original de tela 1.85:1. Como méritos esta transfer apresenta alta nitidez em várias tomadas da selva, onde vemos de forma bem detalhada a vegetação. Em seus melhores momentos, as texturas de uniformes, os traços faciais dos personagens e o próprio Predador são muito bem reproduzidos, e as cores são saturadas, naturais e firmes.

 

Por outro lado, a granulação sempre foi um fator inerente à fotografia do filme, e a Fox não se contentou apenas em reduzi-la – ela praticamente eliminou a granulação original da película através do uso do nefasto DNR – Digital Noise Reduction. Como resultado, em várias sequências não foi apenas a granulação que sumiu, mas também os detalhes finos, tornando a imagem artificial e por vezes enevoada. O pior exemplo disso é a cena onde Dutch e Dillon se encontram no início do filme. Os rostos dos atores, principalmente o de Carl Weathers, têm uma aparência artificial, lisa, sem detalhes faciais, como se fossem bonecos de cera. Após esse exemplo desastroso de uso do DNR, a coisa volta a piorar principalmente nas cenas noturnas perto do final, que seriam naturalmente granuladas, mas além de não o serem, carecem de detalhamento e de sombras mais fortes, sinal de que o contraste foi alterado para clarear a imagem, enfraquecendo o nível da cor preta. Para piorar as coisas, de vez em quando notamos halos típicos de edge enhancement. Enfim, em termos de vídeo, esta nova edição de O PREDADOR é um típico exemplo de manipulação digital que altera significativamente as características da fotografia original - algo que certamente deve ser evitado pelos estúdios e, felizmente, vem se tornando cada vez mais raro.

 

Menos sujeita a críticas é a faixa de áudio lossless em inglês DTS-HD Master Audio, que se não é de demonstração pelo menos reproduz adequadamente a mixagem que esperaríamos de um filme com quase 25 anos. Comparado ao áudio de filmes contemporâneos, notamos a falta de graves mais sólidos nos momentos de ação, e a ambientação sonora criada pelos canais surround, nas cenas da selva, poderia ser mais consistente. Mas os diálogos são sempre claros, mesmo nas cenas mais barulhentas, e a fidelidade é muito boa, o que se nota principalmente quando ouvimos o antológico score de Alan Silvestri. Há também opções de dublagem Dolby Digital 5.1 em português e espanhol, e legendas, entre outros idiomas, em português, inglês e espanhol. Os menus animados e pop-up são atraentes, com os comandos nos mesmos idiomas das legendas, porém inicialmente escritos na língua do Predador.