Crítica sobre o Blu-ray "NBO - 137 Min." do filme "DUNA":

Jorge Saldanha
DUNA Por Jorge Saldanha
| Data: 29/10/2010
Há pelo menos três versões diferentes de DUNA – a original de cinema com 137 minutos e duas estendidas com 177 e 190 minutos, respectivamente. Nestas últimas (sendo que uma delas chegou a sair no Brasil em DVD, com imagem fullscreen) o diretor não teve qualquer envolvimento, tendo inclusive pedido para que seu nome fosse retirado dos créditos. A versão presente neste lançamento da NBO, que se baseia no Blu-ray lançado há alguns meses nos EUA pela Universal, é a de cinema. E mais uma vez a pequena distribuidora, que está realizando uma série de lançamentos de BDs tidos como “de bancaâ€, realizou um trabalho digno, preservando as características técnicas do filme e trazendo todos os extras do lançamento norte-americano. Os menus em português são animados e funcionais, apesar de manterem a necessidade de que, para fechar os submenus, seja necessário clicar em um pequeno “xâ€, ao invés de apenas mover as teclas direcionais.

O filme está em uma transferência anamórfica 1080p/VC-1 com proporção de tela 2.35:1, que agradará à maioria dos que já viram o filme, cuja maior força sem dúvida está no seu visual. Cenários, paisagens, figurinos, miniaturas, tudo é mostrado com riqueza de detalhes – infelizmente até mesmo a repugnante maquiagem do Barão Harkonnen. Apesar de boa parte de sua duração ser dominada pelas cores sépia e amareladas dos desertos de Arrakis, o filme possui uma paleta vívida e atraente, com tons de pele corretos. Infelizmente o alto nível de detalhes proporcionado pela transfer HD realça a precariedade de várias tomadas de efeitos visuais (os recortes das figuras de atores e naves, sobrepostos aos planos de fundo, parecem ter sido feitos a tesoura). Além disso a regular presença de pequenos danos de película realça a idade do filme e a falta de uma adequada restauração com base nos elementos originais, o que acaba por reduzir a nota da avaliação. Porém descontado isso e alguns instantes onde o nível de detalhes é menor, trata-se de uma transferência livre de filtragens digitais e artefatos, que reproduz com a maior fidelidade possível a fonte disponível.

Causou-me surpresa a qualidade da faixa de áudio original em inglês DTS HD 5.1 Master Audio, que para um filme de 26 anos é simplesmente impressionante. Ocasionalmente a fidelidade torna-se prejudicada, provavelmente em razão das técnicas de captação de som ultrapassadas; porém o áudio lossless é potente, trazendo graves fortes e efeitos surround bem distribuídos. Claro, aqui sempre devemos levar em consideração o sound design da época, que trazia mixagens mais tímidas. Mas ouvindo a ambientação criada em cenas do deserto ou durante os combates, os diálogos sempre claros e até mesmo a fiel reprodução da trilha musical, chego à conclusão de que temos aqui uma faixa de áudio em alta definição que, se não pode ser considerada de referência, é superior às de muitos filmes mais recentes. A única outra opção de dublagem disponível é francês DTS-HD 2.0, com legendas em português, inglês e espanhol.