Crítica sobre o filme "Predadores":

Jorge Saldanha
Predadores Por Jorge Saldanha
| Data: 14/11/2010
O PREDADOR (1987), apesar de ser cultuado tanto na ficção científica como no gênero ação, não teve sorte com suas sequências – PREDADOR 2 (1990), sem Arnold Schwarzenegger e colocando o célebre alienígena em um ambiente urbano, não repetiu o sucesso do original, e os dois crossovers ALIEN VS. PREDADOR resultaram em filmes na melhor das hipóteses medíocres. Este PREDADORES (PREDATORS, 2010) dirigido por Nimród Antal baseado em um projeto Robert Rodriguez (também um dos produtores do novo filme) abortado nos anos 1990, foi feito para mudar este quadro.

Desde o primeiro fotograma, Nimród e Rodriguez demonstram conhecer a fundo o longa de John McTiernam, através de elementos que buscam ser extremamente fiéis ao seu conceito: estrutura narrativa, ambientação (selva, apesar de agora ser em outro planeta), escolha dos humanos que servirão de caça, personificação e comportamento dos Predadores e até mesmo o emprego, pelo compositor John Debney, dos clássicos temas criados por seu colega Alan Silvestri. Também em nome dessa fidelidade, foi evitado o emprego de CGI na criação dos Predadores, ficando seu uso restrito aos seus “cães†de caça. Mas essa fidelidade demasiada ao original também é um dos problemas do filme, já que ela praticamente telegrafa o desfecho de várias situações da trama.

Ainda assim, os realizadores se permitiram a algumas inovações, como a criação de castas de Predadores, o mistério envolvendo um dos humanos – que não se encaixa no perfil dos guerreiros selecionados pelos alienígenas – e, principalmente, colocarem os humanos como uma espécie tão predatória quanto à dos monstros. O elenco eclético se sai bem, especialmente Adrien Brody como o anti-herói mercenário Royce, e a brasileira Alice Braga como a atiradora Isabelle, cujos personagens são os únicos não totalmente unidimensionais. Pena que o ator-fetiche de Rodriguez, Danny Trejo (MACHETE) seja pouco empregado, e o mesmo pode se dizer da participação de Laurence Fishburne (trilogia MATRIX), que no final das contas se revela dispensável.

De qualquer maneira os fãs terão o que apreciar nesta retomada da franquia – e isso inclui até mesmo a aparição do Predador do filme de 1987. E creio que quem não for fã poderá se divertir com o filme, até porque ele lhe será menos previsível. Mesmo que nunca venha a ser cultuado como o original, PREDADORES é uma competente aventura sci fi que recoloca em evidência a icônica criatura, e Robert Rodriguez disse que este filme foi apenas a preparação: o melhor mesmo virá no próximo. Esperemos para ver…