Crítica sobre o filme "Exterminador do Futuro 2, O: O Julgamento Final":

Jorge Saldanha
Exterminador do Futuro 2, O: O Julgamento Final Por Jorge Saldanha
| Data: 09/12/2010
Digam o que disserem de James Cameron, mas “O Rei do Mundo†tem o dom de inovar e fazer história em Hollywood. Este O EXTERMINADOR DO FUTURO 2: O JULGAMENTO FINAL (TERMINATOR 2: JUDGMENT DAY, 1991), dadas as devidas proporções, foi à época do seu lançamento tão (ou quase) impactante tecnicamente como AVATAR o foi em 2009. Com um orçamento de Us$ 100 milhões, o filme de Cameron foi o primeiro em que a pós-produção digital foi largamente empregada. Os elaborados e à época inovadores efeitos visuais pavimentaram o caminho para a criação de personagens realistas totalmente gerados em computador, dos quais o Gollum da trilogia O SENHOR DOS ANÉIS e os próprios Na´vis de AVATAR são hoje os maiores exemplos. E graças às transformações do T-1000, o efeito morphing virou uma febre que contaminou desde videoclipes até outros filmes e séries de TV, que passaram a mostrar transmorfos e shapeshifters de todos os tipos.

Por outro lado, conceitualmente T2 (como o filme ficou conhecido nos EUA) não está à altura do original realizado por Cameron de 1984, que apesar de ser uma modesta produção influenciou muito mais a moderna ficção científica cinematográfica. Para a continuação, Cameron fez algumas concessões a fim de viabilizar a participação de Arnold Schwarzenegger, cujo Exterminador foi destruído no filme original. Naquele os Exterminadores eram unidades de infiltração que se misturavam aos rebeldes para descobrirem suas bases e, lá chegando, provocavam grande destruição. Em um flashforward inclusive vimos um destes cyborgs infiltrados em ação, e ele não tinha as feições do Schwarzenegger. Já neste T2 fica claramente estabelecido que todos os T-800 são iguais ao "Schwarza", e ponto final. E ele até já chega ao presente com cabelo espigado e tudo (no original ele só ficou assim depois de ter passado por labaredas que lhe chamuscaram os cabelos).

Também, para desagrado de muitos fãs do original, o T-800 foi humanizado: de fria máquina assassina ele virou o “paizão†de John Connor. Na verdade essa foi uma sugestão de Schwarzenegger a Cameron, que para variar queria fazer o papel do mocinho e deixar toda a vilania a cargo do letal T-1000 (Robert Patrick, que mais tarde virou o agente Doggett de ARQUIVO X).

Apesar disso Cameron criou um filme que fez ainda mais sucesso graças à ação intensa, efeitos visuais que, apesar de hoje ultrapassados, servem bem à trama, e a um final comovente. O EXTERMINADOR DO FUTURO 2 venceu o Oscar nas categorias de Som, Maquiagem, Edição de Efeitos Sonoros e Efeitos Visuais (desenvolvidos pela Industrial Light & Magic, de George Lucas), e como outros filmes do diretor acabou recebendo uma versão estendida, com 16 minutos adicionais em relação à original de cinema. Entre os acréscimos, temos Sarah sendo espancada pelos seguranças da clínica, as visões que ela tem de Kyle Reese (Micheal Biehn, reprisando seu personagem do filme de 1984), mais diálogos e maior interação entre John e o T-800 - em uma cena engraçada, por exemplo, vemos o garoto ensinando o Exterminador a sorrir. Mas ainda há uma terceira versão um pouco mais longa, com 156 minutos, que possui um final alternativo que, se levado em consideração, torna totalmente sem sentido o filme seguinte, O EXTERMINADOR DO FUTURO 3: A REBELIÃO DAS MÃQUINAS (2003), no qual Cameron não teve qualquer envolvimento. Para assistir a essa terceira versão, acesse o menu de escolha da versão do filme e digite no lugar dos asteriscos o código 82997 - que é a data, em formato inglês, do “Julgamento Finalâ€: 29 de agosto de 1997. Boa diversão!