Crítica sobre o Blu-ray "Spectra Nova - 91 Min." do filme "Halloween: A Noite do Terror":

Jorge Saldanha
Halloween: A Noite do Terror Por Jorge Saldanha
| Data: 23/01/2011
A Spectra Nova, de reputação não muito boa em DVDs, pelo menos no que se refere à apresentação técnica de HALLOWEEN em Blu-ray superou minhas expectativas. A transferência anamórfica 1080p/AVC MPEG-4 na proporção original de tela 2.40:1 é a mesma do BD norte-americano de 2007, que por sua vez fora criada para uma edição em DVD lançada dois anos antes, e por isso fiquei surpreendido com sua qualidade de imagem. Tendo assistido a HALLOWEEN nos cinemas e já possuído o filme em VHS e DVD, neste Blu-ray a sensação que tinha era a de estar vendo-o pela primeira vez. Para um filme de catálogo esta transferência se destaca pelos detalhes, altos níveis de brilho e contraste e, principalmente, por suas cores vivas, naturais e firmes, principalmente nas cenas diurnas onde vemos Laurie caminhando pelas ruas arborizadas de Haddonfield. Alegadamente nela foram feitas “correções†de problemas de cores que, na verdade, eram decisões criativas de Carpenter e do diretor de fotografia Dean Cundey, e isso lhe rendeu algumas avaliações negativas. Mas o fato é que HALLOWEEN nunca teve uma imagem tão bonita e com um senso de profundidade tão acentuado. O olhar mais atento perceberá eventualmente mínimos danos de película, além de um pequeno desfoque nos cantos da tela em algumas sequências, decorrente de problemas com as lentes empregadas nas filmagens. Mas são pecados facilmente aceitáveis em um filme de baixo orçamento com mais de 30 anos, e dificilmente algum fã deixará de ficar totalmente satisfeito com esta apresentação visual.

A única faixa de áudio disponível é inglês DTS-HD Master Audio 5.1, que apesar de lossless possui qualidade medíocre. Ela reproduz muito bem o famoso tema musical do filme, e cria uma ótima ambientação na cena da fuga de Myers do manicômio em uma noite tempestuosa. Mas na maior parte do tempo as deficiências da captação de áudio em 1978 são mais do que evidentes – a fidelidade geral do som deixa a desejar, os graves são discretos e os canais surround são pouco empregados. Mas os diálogos estão bem equilibrados na mixagem, e sempre é bom lembrar que o áudio original é mono e tem mais de 30 anos, e qualquer remasterização, por melhor que seja, não conseguirá fazer milagres. O que talvez se deva realmente criticar é a falta de mais opções de faixas de áudio, já que quem não possui um home theater capaz de reproduzir pelo menos DTS 5.1 lossy apenas ouvirá o som em PCM 2.0, e além disso certamente haverá quem reclamará da ausência de dublagem em português. As opções de legendas também são mínimas, já que as únicas disponíveis são as do nosso idioma. Os menus principais (animados) e pop up são básicos, e estão em português.