Por Rubens Ewald Filho
| Data: 19/04/2011
É uma pena que a sala estivesse vazia para ver este filme novo, produzido e escrito (ao menos a história) por M. Night Shyamalan, sinal de que seus fãs desistiram mesmo dele, depois de tantos e sucessivos fracassos. Mas eis a novidade: o filme é bom, muito bem realizado, com boa história, trama absorvente e resultado positivo, ao menos para quem gosta do gênero (e, se possÃvel, acredita no diabo). Não sei até que ponto tudo é responsabilidade de Shyamalan, mas estou supondo que ele supervisionou o projeto para a Universal, que pretende ser uma série de filmes baratos de terror e deve ter escolhido o diretor John Erick Dowdle (Quarentena, versão americana), que realmente demonstra muito talento.
O filme já começa muito bem, com letreiros mostrando a cidade de Filadélfia de ponta cabeça, um recurso simples que funciona. De vez em quando a ação claustrofóbica no elevador é cortada para o exterior, dando a impressão de que o filme é bem mais rico do que de fato é. A voz que serve de narrador, para mim, é a do próprio Shyamalan que relembra um conto urbano (como se fosse uma lenda urbana), sobre a presença do diabo na terra, em que certas ocasiões arma suas ciladas (tudo isso é também pontilhado pela presença de um crente católico, no caso um vigia mexicano que vai descobrindo que é um apronto do diabo).
Já tinha gostado do ponto de partida: cinco pessoas entram num elevador de escritórios que para, sem explicação, e elas passam a ser atormentadas. Enquanto se chama a polÃcia (o herói é feito pelo conhecido Chris Messina, de Julie e Julia, que tem traumas porque perdeu a mulher e o filho, em um desastre de carro provocado por um bêbado e ainda não conseguiu perdoar o fato) e se tenta consertar o elevador, um a um eles começam a ser mortos.
Lembra um pouco aquelas histórias de séries de TV tipo suspense, só que muito bem fotografado, com elenco eficiente (o moço Logan Marshall Green chega mesmo a lembrar Marlon Brando, e esteve em AtraÃdos Pelo Crime e Across the Universe) e um roteiro que vai se explicando e fazendo até sentido. Não chega a provocar sustos fáceis, mas é absorvente e um divertido filme B para divertir os fãs do gênero. Ainda dá tempo de descobri-lo! (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos. Rubens tem um blog exclusivo no portal R7)