Crítica sobre o Blu-ray "Especial" do filme "Mercenários, Os:":

Jorge Saldanha
Mercenários, Os: Por Jorge Saldanha
| Data: 04/05/2011
Lançado no Brasil pela Califórnia Filmes, OS MERCENÃRIOS aparentemente iria pelo mesmo caminho de tantos outros filmes lançados em Blu-ray por nossas distribuidoras independentes. Em novembro de 2010 a Califórnia colocou no mercado um BD para locação que era praticamente um exemplo de como NÃO lançar um título em alta definição: formato de tela mutilado, áudio comprimido e total ausência de extras. Porém, surpresa: após muitas críticas a distribuidora resolveu lançar uma edição para venda direta totalmente diferente daquela destinada à locação, que tanto tecnicamente quanto no que se refere aos extras, equivale ao ótimo BD lançado pela Lionsgate nos EUA.

O capricho maior começa pela embalagem, que se não dispensa o conhecido estojo Amaray azul pelo menos o envolve numa luva de cartolina de boa qualidade, com letras em relevo na capa e na lombada. Colocado o disco no player, após a vinheta da distribuidora e os avisos de praxe somos levados diretamente ao menu principal – simples, funcional e em português. A ETC Filmes, que fez a autoração do BD nacional de OS MERCENÃRIOS, merece ser parabenizada por ter colocado todo o conteúdo num BD-50, preservando a qualidade original de todo o material. Trabalhando melhor os picos no encoder e usando uma taxa baixa de compressão onde necessário, foi possível até colocar a faixa em português também em DTS-HD Master Audio (5.1) e ter um excelente resultado final. A “vítima†maior foi o recurso PIP, que claramente recebeu maior compressão a fim de preservar a melhor qualidade possível no filme e nas trilhas de áudio em alta definição.

As duas faixas de áudio DTS-HD Master Audio disponíveis, em inglês e português (mesmos idiomas das legendas), são excelentes – mas obviamente é a faixa original com 7.1 canais que leva o troféu. Com uma mixagem precisa e graves bombásticos nas cenas de ação, ela permite discernir mesmo ruídos sutis como os cliques das armas e a colocação dos magazines de munição. Os canais surround, inclusive os dois adicionais, são sempre empregados de modo a envolver totalmente o espectador/ouvinte com sons de balas e explosões vindos de todas as direções. Os diálogos sempre soam claros, mesmo quando pronunciados pelo embolado Mickey Rourke.

Já a transferência anamórfica 1080p/AVC MPEG-4, com o formato de tela na proporção correta (2.40:1), traz grande nível de detalhes, como notamos nas tatuagens que cobrem o privilegiado físico de Stallone. Aliás, em alta definição podemos discernir com clareza as fibras musculares de seu tórax e nos espantarmos com as veias de seus braços – impressionante. Nos closes faciais, as rugas e a cicatriz de Dolph Lundgren são claramente perceptíveis. Já as cores são normalmente vivas e firmes, e os tons de pele, naturais. Contudo a imagem é um pouco escura (característica da fonte original) e os tons de preto nem sempre são fortes, fazendo com que ela perca profundidade. Problemas como aliasing, blocking ou qualquer tipo de artefato digital não foram percebidos.