Marc Forster é considerado por muitos um dos diretores mais originais da atualidade. Da obra prima “Em Busca da Terra do Nunca” à adaptação do best seller “O Caçador de Pipas” Marc tem um estilo diferente, único, uma visão suave dos fatos. No final das contas, este 007 também é assim. Claro que quando dizemos que “Quantum of Solace” é suave, na verdade sua trama o é, pois na historia do James Bond, onde tudo é reviravolta, inteligência e estratégia, “Quantum of Solace” revela-se um longa morno, com Daniel Craig perfeito no papel, mas com um final que deixa a desejar. Quando James Bond tenta descobrir a verdade por trás da morte de Vésper (Eva Green), ele acaba indo parar no Haiti, onde conhece Camille (Olga Kurylenko) belíssima mulher que tenta vingar a morte de seus pais, ao mesmo tempo que descobre que Dominic Greene (Mathieu Amaric) pode estar por trás de um plano maléfico. Dentro daquela mesma historia que amamos, onde há perseguição, Bond Girls, e um charme inigualável do protagonista, “Quantum of Solace” é mais uma ótima historia de James Bond, omde é impossível não se encantar com senhor Bond. Mas há algumas coisas a serem salientadas: se a historia é morna isso deve-se à um homem: Paul Haggis. Paul é assim mesmo, e seus trabalhos como roteirista provam essa teoria. Ele nunca se arrisca realmente, o que acaba deixando seu trabalho um pouco limitado. Já a direção de Marc, sempre competente mostram que na verdade ele se adequa muito mais aos dramas do que à um filme com tanto ritmo como “Quantum of Solace”.
Um ponto positivo é a trilha de David Arnold, que implementa toques originais acima do tema principal. Craig está mais uma vez perfeito como Bond, alem da presença sempre excelente de Judi Dench como mister M, e Olga Kurylenko está muito bem como Camille. Outra boa presença é de Giancarlo Gianinni como Mathis e de Gemma Arterton como Strawberry Fields, aparecendo pouco demais para uma atriz tão notável quanto ela. Jefrey Wright aparece muito pouco para se fazer notar e Mathieu Amalric mostra quanto é talentoso - do adorável e melancólico Jean Dominique de “O Escafandro e a Borboleta” para um vilão sem escrúpulos em “Quantum of Solace”. No mais o filme tem sua formula básica, acrescentada de uma fotografia poderosa do deserto. E no final das contas, ele é o James Bond, e ele pode tudo.