Eu gostei muito do primeiro filme, que na verdade não chegou a ser descoberto no Brasil. Mas as qualidades se repetem. O belo visual (a direção de arte, a concepção dos figurinos, inclusive a roupa de couro flexível da heroína), a narrativa rápida e tensa, perfeita para filme de ação, o clima shakespereano nos diálogos e na trama (onde por exemplo pai recusa-se sob pena de morrer de matar o filho vilão). E também certas características, a aparência de vídeo-game, com excesso de violência, gente explodindo, sangue jorrando (ou seja, gore).
Não custa lembrar que o próprio diretor Wiseman (por sinal marido da estrela Kate Beckinsale), o roteirista Danny McBride junto com Kevin Grevioux são os autores dos personagens e das situações (que o filme considera ainda não terminados, já fala de uma outra continuação), que é um ator negro que fez o papel de Razor no primeiro filme (a continuação pode vir a suceder, já que o filme que teria custado 50 milhões de dólares chegou a render 60 e poucos nas salas, o que não é mal se considerando depois o publico de DVD). O problema de uma continuação como esta é que fica difícil de acompanhar a historia para quem não viu o original (o filme até se esforça tentando forjar alguns flash backs para localizar melhor a situação mas nem sempre isso ajuda, o resultado acaba sendo sem duvida confuso). De qualquer forma, há uma narrativa no começo onde se conta que há uma guerra entre vampiros e lobisomens.
A matadora Selena agora esta junto com Michael Corvin (o ator de teve Speedman), que é o primeiro caso conhecido de mestiço, entre vampiros e humanos, ou seja um híbrido que pode ter poderes ainda desconhecidos. Juntos eles vão de Londres (do primeiro filme) até um país que parece ser dos Bálcãs, onde vão investigar a origem dessa guerra entre as criaturas. Esbarram na figura do pai deles, que originalmente eram gêmeos e agora inimigos mortais.
Melhor do que Van Helsing como a mesma Kate, o filme é um suceder de lutas, mortes (as vezes com cenas de ressurreição), tiroteios, lugares escuros (porque neles sempre funciona melhor a onipresente tecnologia digital). Mas sempre de maneira absorvente. Deve ser por causa do visual, do desenho de produção e também por causa de Kate, uma mulher atraente que curto bastante o filme e a série.
E que deve esquentar logo porque o casal tem uma cena de amor, relativamente forte, o que faz prever a geração de outro híbrido ainda mais potente. Aguardem.