Este foi um daqueles grandes fracassos da temporada de férias de verão americano, o que é uma surpresa por se tratar de uma produção do especialista em blockbusters, Jerry Bruckheimer (que este ano errou também com Príncipe da Pérsia). Ainda assim me pareceu um erro menor do que O Último Mestre do Ar, que chega semana que vem. Simplesmente porque é uma diversão para toda a família, que parece um compêndio de efeitos especiais (usando todos os softwares conhecidos, aquele em que a pessoa se transforma em baratas, o outro em que viram pó e assim por diante).
Na verdade, eu tenho que confessar que teve um momento em que gostei muito do filme e me deu certo prazer, quando eles reproduzem aquele célebre desenho animado da Disney, a sequência justamente chamada O Aprendiz de Feiticeiro (como eles têm o direito, o herói dá uma de Disney e recorre à magia para tentar limpar o laboratório provocando uma enchente e muita confusão). É uma delícia. O resto do filme nem tanto.
Desta vez Nicolas Cage está mais discreto e menos soturno do que hábito, mas a história é por demais derivativa, mais uma história de feiticeiros que não tem o mesmo charme dos de Harry Potter. Mas descendem de uma linhagem ilustre, surgem lá no começo da Era Cristã, os bons e maus feiticeiros, centrados num conflito entre aqueles de Camelot, o Merlin e a Fada Morgana (quem faz uma aparição grande, mas praticamente muda, é a italiana Mônica Bellucci).
Basicamente é a história de um nerd que só mesmo pelas regras do cinema é que poderia ser justamente o escolhido para enfrentar num duelo final, esse maior de todos os feiticeiros (ao menos, o sempre competente Alfred Molina, de Homem Aranha). Em vez de escolherem um adolescente como seria tradicional o escalado para protagonista é Jay Baruchel (nascido em 1982), um dos discípulos de Judd Apatow, que apareceu em Ligeiramente Grávidos, mas que francamente apenas notei em Trovão Tropical. Foi assim que ganhou o papel central de uma pequena comédia que não deu certo e sai aqui em DVD (Ela é demais para mim). Também esteve em Menina de Ouro. O problema é que ele não é um novo Jim Carrey, não tem o carisma, não é bonito, não é nem especialmente engraçado. Muito magrinho, sem charme ou qualquer encanto aparente, ele é o erro maior que derrubou o filme.
Não quero também exagerar. Jay é suportável, mas não é o combustível para fazer decolar uma aventura bem feita, até consumível (me prendeu a atenção com facilidade, o que hoje em não tem sido fácil), mas sem maior novidade. Ficou claro já que o mercado está exigente e quer novidades. Isso o filme não traz. (REF na coluna Clássicos. Rubens tem um blog exclusivo no portal R7)