Crítica sobre o filme "Homem de Ferro":

Eron Duarte Fagundes
Homem de Ferro Por Eron Duarte Fagundes
| Data: 21/09/2008

Pode-se ter uma certa tolerância e engolir as bobagens do cinema de ação quando bem dirigidas como em Jumper (2008), de Doug Liman; mas será problemático celebrar qualquer aliança entre o cinema e os quadrinhos a partir da visão de Homem de ferro (Iron man; 2008), de Jon Favreau: os diálogos e a trama tolos, a linguagem cinematográfica extremamente já vista, a entrega absoluta de Hollywood à futilidade da indústria, tudo contribui para o constrangimento do espectador.

Não sou leitor de quadrinhos, mas sei de sua importância na vida contemporânea; pode-se ser cético sobre suas possibilidades artísticas, como muita gente é cética sobre o conceito de cinema como arte. Mas certamente não será em Homem de ferro que os quadrinistas poderão impor seus pontos de vista. Nada funciona muito bem neste filme tão rasteiro quanto passageiro.

O elenco é desastroso. Robert Downey Jr. chega às raias do intolerável como herói. O inexistente Monge de Ferro como o vilão é mesmo risível: assusta o bom senso de se estar vendo tal filme. Até Gwyneth Paltrow, uma boa atriz, está perdida na imbecilidade geral da realização.

A mensagem antiquada de Homem de ferro é tentar fazer crer aos incautos que os super-heróis podem resolver, apesar de todas as evidências em contrário, os duros problemas deste mundo. Num determinada cena, o herói salva um povo massacrado por carrascos militares eliminando os bandidos e entregando o chefão à sanha das massas. Fácil, não?