Crítica sobre o filme "Piranha 3D":

Rubens Ewald Filho
Piranha 3D Por Rubens Ewald Filho
| Data: 05/02/2011

Desculpem, não é o tipo que merece crítica. Simplesmente porque ele é irresistível com a ideia de que peixes assassinos atacam garotas com ou sem biquínis! Muita carne à mostra, mas também muito sangue! Argh!

Com o mesmo espírito que fomos ver anos atrás o primeiro Piranha, de Joe Dante (78) e depois as Piranhas Voadoras, de James Cameron (isso mesmo, ele estreou num filme assim, Piranha II, em 81), chega agora, aproveitando a moda da Terceira Dimensão, o 3D, mais um filme do gênero, agora dirigido por um certo Alejandro Aja. Tem o sobrenome Arcady, o que remete à família do diretor Frances Alexandre Arcady, famoso realizador de filmes policiais sobre a máfia judaica. Aja tem a mania de gostar de fazer filmes de terror sanguinolentos como Viagem Maldita e Espelhos do Medo, nenhum deles até agora particularmente bom.

Este novo Piranha, na verdade, não foi tão bem quanto o esperado nos EUA, com orçamento de US$ 24 milhões, não ultrapassou essa quantia e nem vai se pagar com o mercado americano. A queda vertiginosa de público demonstra que não agradou ao espectador que esta semana consagrou um filme que certamente é pior e muito mais grosseiro que ele, o Jackass 3D, que rendeu US$ 50 milhões de dólares no primeiro fim de semana! Ou seja, quanto mais grosso e imbecil melhor. Mas eu dizia que há algo de divertido no ponto de partida, que por algum motivo não consegue se concretizar na tela. Todo mundo sabe que piranha é peixe de água doce e para dar certo na tela inventam que é ela é voadora e mutante.

Importante: o filme é oficialmente uma refilmagem do primeiro e não uma continuação. O pôster remete a Tubarão e há uma aparição justamente de Richard Dreyfuss, que é o sobrevivente daquele filme. Dante e Cameron foram convidados, mas não fizeram ponta. Um detalhe importante: planejado para ser em 3D, foi rodado pelo sistema normal e depois convertido (porque seria mais barato). Foi rodado no Lake Havasu, no Arizona, que costuma receber turistas na chamada Spring Break, dias de férias universitárias, quando os estudantes aproveitam para viajar e aprontar. O Lake Victoria, onde se passa a ação, recusou permissão para filmar porque teve medo da propaganda negativa.

O que incomoda também é o papel moralista dos peixes que parecem sempre castigar os transgressores. Não só as mulheres, mas um dos heróis também perde seu membro. Enfim, quem for ver já sabe o que espera. Só que vai ter menos do que pensou. O tal Steven McQueen que aparece no filme como Jake Forester é o neto do próprio sim, filho de Chad McQueen. Estreando em longa sem o charme ou a beleza do avô.