Crítica sobre o filme "Quarteto Fantástico":

Rubens Ewald Filho
Quarteto Fantástico Por Rubens Ewald Filho
| Data: 15/12/2005

Os fãs de quadrinhos sempre rigorosos tem reclamado de muita coisa mas permita-me discordar. Gostei do filme. Achei uma aventura leve, divertida, rápida, bem humorada, despretensiosa, bem distante do tom dark do Batman Begins. Certamente vai agradar as crianças e não vai irritar ninguém. O que já acho uma grande coisa. É preciso levar em conta que não sou aficionado da história em quadrinhos e mal conhecia os personagens. Então para mim tudo era novidade e não me preocupei em ver se era ou não fiel ao original. Pouco me importa se o Reed e Sue Storm eram casados como HQ (aqui são apenas namorados e vivem brigando) ou se o vilão Sr. Destino ou Seja Victor Von Doom era ditador de certo pais ou não (aqui é milionário e também fica contaminado). O que bastou foi a história ser boa de acompanhar, ainda que num nível tradicional do gênero. Se as cenas no espaço são banais funcionam para marcar a situação: são quatro tripulantes (e o milionário financiador) que estão a bordo de uma estação espacial e que são afetados misteriosamente por uma tempestade de radiação cósmica (não se menciona o resto da equipe, nos fazendo crer que eles estariam sozinhos por lá!). E todos adquirem super-podres.

Há dois acertos indiscutíveis: um deles é a presença do bom ator Michael Chiklis (da serie de teve Shield) como A Coisa, dando-lhe uma dimensão humana mesmo quando esta transformado na figura monstruosa de pedra (que é a melhor concepção visual do filme, estranha e diferente, e que resulta também no melhor boneco de colecionador). Basta pensar no caso do Hulk para perceber como foi uma boa idéia ter um ator no personagem e não uma figura digital. O outro que deu certo foi Chris Evans, que nos pareceu um canastrão em Cellular mas que funciona como o garotão metido a bobo que é Johnny Storm que vira A Tocha Humana (cabe a ela dizer as melhores piadas do filme). Por sua própria natureza, os outros são menos felizes. Ioan Gruffudd (ator britânico de 102 Dálmatas e Rei Arthur) tem um tipo bizarro meio Jeff Golblum mas com pouco humor para depois viver o Sr. Fantástico (ou o Homem Elástico). Jéssica Alba tem pouco a fazer como a mocinha cientista que se torna A Mulher Invisível e Julian McMahon (da serie de teve Nip/Tuck) resulta fazendo apenas um vilão tradicional.

 

Conduzido pelo diretor Tim Story (de Táxi e Uma Turma do Barulho) (o diretor de Harry Potter, Chris Columbus aparece como produtor executivo porque houve época que pensava dirigi-lo, assim Steve Soderbergh e Sean Astin), Quarteto Fantástico é apenas uma diversão de matiné que faz rir e passar o tempo.

 

PS - O criador dos personagens Stan Lee, desta vez não faz simples aparição mas um personagem, o gentil carteiro Willy.