Crítica sobre o filme "Superbad - É Hoje":

Rubens Ewald Filho
Superbad - É Hoje Por Rubens Ewald Filho
| Data: 27/10/2007

Muito se tem falado nos EUA, atualmente, sobre o sucesso crescente do diretor, roteirista e produtor Jud Apatow, que ajudou a criar séries de TV hoje cults - como Ben Stiller Show, ‘Freaks and Geeks‘ -, para depois trabalhar numa série de comédias com Will Ferrell - O Âncora, Papai Bate um Bolão, Ricky Boby. E que, finalmente, estourou em 2005 com O Virgem de 40 anos, consagrando Steve Carell. Nesta temporada Jud acertou também com a comédia Ligeiramente Grávidos, ainda em cartaz nos cinemas, estrelada e co-escrita pelo ator Seth Rogen (o resultado eu achei irregular, bem menos engraçado do que esperava).

A mesma coisa acontece com este outro super-êxito americano, particularmente entre os adolescentes, Superbad, que foi dirigido por Greg Mottola (‘Daytrippers‘), e novamente escrito por Rogen - que também faz um papel importante. Ou seja, estamos diante de uma nova moda e estilo de comédia, que parece ser mais sensível e humana (no final deste filme, os amigos declaram seu amor um para o outro, ainda que supostamente não de forma sexual. O que é inédito nesse tipo de filme, e ainda mais com americano, que é mais frio que latino para esse tipo de coisa). Isso não quer dizer, porém, que haja menos grosserias (palavrões em profusão, cenas de vômito, piadas com órgãos sexuais), nem piadas vulgares e baixarias.

Normalmente até gosto de comédias sobre teens, mas não consegui embarcar neste filme muito irregular, nem compartilhar o entusiasmo dos americanos pela dupla (ou trio) central, que interpreta três nerds que, no final do high school, fazem tudo para perder a virgindade. Mesmo que para isso passem por terríveis aventuras para conseguir bebidas alcoólicas. Ou seja, a grande alegria deles acaba sendo beber demais (só para vomitar), dar tiros em alvos e provocar desordem (com a ajuda de dois policiais). Sem perceberem as meninas que estavam dispostas a ficar com eles (o que também é difícil de justificar).

Eles são o gordo Seth (Jonah Hill), o mais normal Evan (Michael Cera, da série ‘Arrested Development‘), e o rei dos nerds, Fogell (Mintz Plasse). Na busca pelas bebidas acabam se envolvendo, em particular Fogell, com dois policiais (Bill Hader e Seth Rogen, que também é o astro de ‘Ligeiramente Grávidos‘). Mas tudo isso numa narrativa longa, com poucas boas piadas, sem novidades e muito distante da baixaria, ao menos divertida, da série American Pie.

Ou seja, não estou convencido com essa nova safra do humor americano.