Crítica sobre o filme "Transformers - O Filme":

Rubens Ewald Filho
Transformers - O Filme Por Rubens Ewald Filho
| Data: 30/07/2007

Não há dúvida: este é o mais espetacular filme de ação da temporada, ratificado pela assinatura do produtor Steven Spielberg (que manteve o orçamento relativamente baixo, sem ultrapassar os 150 milhões de dólares) e do diretor Michael Bay (Pearl Harbour (2001), A Rocha (1996), ‘Armaggedon’ (1998) - e recém saído do seu único fracasso o interessante A Ilha [2005]).

Ajuda um pouco acionar o fator nostalgia: se você foi criança nos anos 80, com certeza brincou ou assistiu algum desenho com os ‘Transformers‘ (1984-87) da Hasbro e vai vibrar em ver seus antigos heróis, ressuscitados em grande estilo num filme que é um triunfo de merchandising, afinal são ‘robôs’ que se transformam nos mais variados carros, mas particularmente, o lugar de honra é para um Chevrolet Camaro 1977, dando margem também para promover o 2009. É certamente o clímax  do fetichismo, uma celebração do carro como um sonho / armadura de qualquer macho.

Construído como uma espécie de Saga, narrada por Hugo Weaving, “Transformer”, é basicamente sobre uma guerra entre os bons e os maus, entre os heróicos Autobots   e os maléficos Deceptions. E como herói vem - como não podia deixar de ser -, um adolescente o já veterano Shia LeBoeuf (que é o ator do momento graças ao êxito do suspense Paranóia [‘Disturbia‘ - 2007] e por estar rodando no momento o novo ‘Indiana Jones’). Até porque o filme é a realização do sonho de qualquer teenager ou moleque ainda mais novo (como diz a revista ‘Variety‘ para ‘o garoto de 8 anos que ainda existe dentro de você‘), que vai vibrar com a ação incessante, os incríveis efeitos especiais e principalmente pela habilidade narrativa de Bay (que movimentando a câmera torna as cenas de luta ainda mais impressionantes). Sem falar na fortuna que eles vão ganhar com os brinquedos derivados do filme, já que você sai da sala de cinema ansioso para comprá-los.

Embora alguns fãs ardorosos tenham reclamado que a ‘franchise‘ foi modificada na tentativa de criar uma trama para o filme, a verdade é que ela é bem solta e serve de mero pretexto para os confrontos e as confusões do herói. Shia faz Sam Witwicky  um adolescente normal que sonha em ter seu primeiro carro. Quando vai consegui-lo junto com o pai, acaba mais é sendo escolhido por um deles, justamente o Camaro (é quando o filme entra em sua fase Se meu Fusca Falasse com o carro ganhando vida própria e aprontando algumas antes de se identificar como ‘Transformer’. O filme no fundo acaba sendo uma love story entre o herói e seu carro!). Inclusive com canções ‘pops‘ aparecendo nos momentos adequados para impressionar a garota de que ele gosta, a sensual Megan Fox (como Mikaela). Enquanto isso, numa ação paralela os soldados americanos no Iraque foram atacados por um robô estranho - que como diz o filme ‘é esperto demais para ter sido criado pelos iraquianos’ -, e têm que fugir e eventualmente se unem a história geral (quem os lidera é Josh Duhamel o mesmo que rodou no Brasil o horrível Turistas). Acontece que o culpado por tudo é ancestral de Sam, que encontrou no Ártico um precursor do ‘Transformer‘ e que teria sido aliás, responsável indiretamente por muitos dos progressos tecnológicos atuais.

De qualquer forma, e sem entrar em detalhes, a perseguição vai se tornando mais acirrada, com o enfrentamento dos robôs, em lutas delirantes culminando na represa no deserto de Nevada. Talvez  resumido, o enredo possa parecer confuso, mas basicamente, segue a linha dos filmes de Spielberg, um rapaz comum enfrentando alienígenas agressivos.

Melhor relaxar e com o saco de pipoca, caso aprecie, acompanhar as extraordinárias cenas que expandem as fronteiras dos efeitos digitais. É diversão para valer!