Crítica sobre o filme "Vencedor, O":

Eron Duarte Fagundes
Vencedor, O Por Eron Duarte Fagundes
| Data: 25/04/2011

O boxe é um esporte muito amado pelos americanos e já rendeu filmes e livros memoráveis. O vencedor (The fighter; 2010), de David O. Russell, revisita este universo tipicamente americano com competência mas sem grandes voos; o trunfo central do filme de Russell é o dueto de intérpretes principais, um obcecado Christian Bale e no centro de tudo um Mark Wahlberg despojado como o lutador vencedor.

 

Russell utiliza excertos televisivos para criar o clima de reportagem de sua narrativa. Não chega a ser propriamente documental, ao menos não no sentido do neorrealismo italiano; é antes um efeito de espetáculo à televisão que busca dar cunho de veracidade a uma história dita baseada em fatos reais. Nesta busca de sua verdade O vencedor fica numa região intermediária entre a objetividade jornalística e os modelos hollywoodianos conhecidos.

 

É uma obra que cativa em parte pela força de suas imagens, mas aqui e ali resvala por um melodrama familiar simplório ao desviar (não muito, é verdade) as obsessões de seu protagonista para relações sentimentais com a família e a namorada.