Crítica sobre o filme "Zumbilândia":

Eron Duarte Fagundes
Zumbilândia Por Eron Duarte Fagundes
| Data: 25/05/2010

Zumbilândia (Zumbiland; 2009), comédia de horror norte-americana dirigida pelo cineasta Ruben Fleischer, pode não ser nenhum supra-sumo cinematográfico, mas se coloca acima da média no gênero horror que atualmente é despejado nos cinemas da cidade. E isto que o filme é muito mais uma comédia juvenil (tão escrachada quanto elegante, nesta fusão de paradoxos) do que uma narrativa de horror!

 

É claro que o filme tem muito daqueles voos no vazio em que o cinema comercial americano incorre seguidamente (e talvez cada vez mais). É a busca de uma diversão natural e sem maiores intenções, que convida ao riso fácil e também a esquecer qualquer coisa que se ligue a uma inteligência ou raciocínio. Mas naquilo que propõe (ser um entretenimento que poderia remontar a uma comédia primitiva, quase abstrata em suas formulações temáticas), Zumbilândia acerta admiravelmente o tom e conquista o espectador, mesmo aquele espectador que resiste a aceitar o cinema somente como espetáculo.

 

Centrando sua trama na fuga que quatro indivíduos não contaminados empreendem contra o universo de zumbis em que se transformou a sociedade americana, Zumbilândia vai prestar um comovente tributo a Bill Murray, astro da comédia americana que aparece como ele mesmo numa cena em que se disfarça de zumbi para sobreviver entre zumbis e é alvejado pelos enfrentadores de zumbis. Dos quatro antizumbis, três são jovens (caracterizando as emoções inocentes duma comédia adolescente) e há um mais veterano, e ainda mais atrapalhado, que é vivido por Woody Harrelson. Este é o primeiro filme longo de Fleischer, mas sua segurança para contar visualmente uma história promete uma boa carreira.