Crítica sobre o filme "Assassinato no Orient Express":

Elenise Peruzzo dos Santos
Assassinato no Orient Express Por Elenise Peruzzo dos Santos
| Data: 31/08/2004

Para quem deseja ver personificada a imagem do homenzinho estranho, cabeça de ovo, bigode perfeitamente aparado (com aquelas voltinhas nas pontas), de massa cinzenta invejável, não pode deixar de assistir a este clássico de Agatha Christie, considerado como um de seus melhores títulos, tendo em vista o inesperado final da trama.

Hercule Poirot é um dos personagens mais queridos desta escritora inglesa, um detetive belga que soluciona com extrema perspicácia todos os enigmas que cercam os maiores crimes já cometidos. Sua caracterização, pelo ator Albert Finney, está praticamente perfeita, descontando os ataques nervosos exagerados, atípicos nos contos da “Dama do Crime”. Poderia o diretor ter se valido de outras particularidades mais notáveis de sua personalidade, como a falsa modéstia, por exemplo.

Neste intrigante caso, em viagem no luxuoso trem “Expresso do Oriente”, o pequeno gênio se depara com mais uma vítima, Mr. Ratchett (Richard Widmark), homem poderoso, envolvido num escandaloso seqüestro e assassinato de uma menina da família Armstrong (a sinopse diz “bebê dos Lindbergh”, conforme o livro), o que já seria motivo suficiente para que todos os passageiros da primeira classe cultivassem antipatia por sua figura.

Poirot é obrigado a colher pistas e a ouvir cada um dos viajantes, personificados por brilhantes artistas, tais como Sean Connery, Anthony Perkins e Jacqueline Bisset. Mas é Ingrid Bergman que rouba a cena no papel da indefesa Greta Ohlsson, sendo merecidamente premiada com o Oscar® de melhor atriz coadjuvante, neste trabalho produzido em 1974. Agatha Christie eternizou em suas páginas o majestoso cenário do Expresso do Oriente, linha de trem que opera até hoje atravessando a Europa, e cujas imagens foram magnificamente retratadas no cinema.