Crítica sobre o filme "Atalante, O":

Eron Duarte Fagundes
Atalante, O Por Eron Duarte Fagundes
| Data: 06/07/2004

L’atalante (1934), realizado pelo francês Jean Vigo, tido por um dos mestres do cinema-verdade, espantou em sua época por seus arrojos formais. A história duma garota (Dita Parlo) que casa com um marinheiro (Jean Dasté) e passa a conviver com uma fauna estranha à sua vida anterior, é contada por Vigo com um certo realismo que hoje não chega a impressionar tanto. O ciúme do marido, a separação e o retorno final são contados com eficiência por Vigo. Destaque para mais uma grande interpretação de Michel Simon no papel de criado; entre outros desempenhos admiráveis do ator, cito aquele do mendigo-hippie de Boudu salvo das águas (1932), obra-prima de Jean Renoir. Ainda é bom lembrar a referência que Bernardo Bertolucci fez a este clássico do cinema-verdade em O último tango em Paris (1972), mostrando a inscrição L’Atalante num salva-vidas que uma personagem atira no rio Sena.