Crítica sobre o filme "Batalha de Riddick, A":

Rubens Ewald Filho
Batalha de Riddick, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 07/02/2005

O pessoal de cinema está animado porque quase todos os filmes recentes estão fazendo ou fizeram sucesso. Ou não desapontaram. Mas há exceções, certamente o pior blockbuster da temporada, um certo A Batalha de Riddick (The Chronicles of Riddick - um título misterioso em português, já que Riddick é um personagem, o herói. Geralmente a Batalha é um lugar e não uma pessoa). Estrelado pelo ator menos interessante e mais canastrão (para não mencionar sua desagradável figura) desde Steven Seagal: Vin Diesel. O mais curioso é que esta é uma continuação de uma fita pequena e talentosa chamada Eclipse Mortal (Pitch Black - 2000), do mesmo ator e diretor David Twohy (poucos viram, então uma edição especial em DVD está sendo relançada). Mas tem pouco ou nada a ver (tanto que existe um desenho animado chamado The Chronicles of Riddick: The Dark Fury, 2004, de Peter Chung, que pretende fazer a ligação entre os dois filmes, explicando um pouco melhor as coisas que aconteceram nos 5 anos entre os dois fatos.)

O absurdo é que esse desenho foi lançado apenas depois da estréia do filme. Portanto quem for ver o filme, não vai entender muita coisa. Dos filmes recentes é dos que menos faz sentido, não tem pé nem cabeça, pior que filme de David Lynch, quando eles trocam os rolos. O conselho é esquecer o original e tentar enfrentar o filme como está (mas só se você não tiver outra alternativa). Sua única qualidade é o visual, o desenho de produção, a direção de arte (Holger Gross) que é espetacular. Lembra um pouco o antigo Duna, mas é sempre intrigante, estranho, espetacular, sempre no bom sentido (ou seja, o filme é bonito, ainda que tolo). Na verdade, acho que a própria Universal achou isso porque o poster do filme também não quer dizer nada, não vende nada. No melhor estilo space opera, o filme conta a história de uma raça, os Necromongers, que estão dominando o mundo, dopando as pessoas com uma droga que os deixa mansos. Riddick, que continuou fugindo de mercenários que o perseguiam nesses cinco anos, acaba sendo capturado também, mas resiste às pressões para eventualmente derrubar o líder daquela seita, Lord Marshal (naquelas lutas absurdas onde era muito mais fácil matar o sujeito do que ficar brigando a socos).

Confesso que tive dificuldade de ficar ligado no filme, que me pareceu empolado, por vezes ridículo (e disso não escapa nem a ilustre Judi Dench, de uma raça de elementais, espíritos/fantasmas). Ainda assim vou tentar um resumo: Riddick, depois de escapar dos mercenários, vai para Hellion II, onde procura o velho amigo (do filme anterior) Iman - Keith David - descobrindo que este o traiu. Descobre também que o garoto do filme anterior, Jack, é uma garota, Kyra (Alexa Davalos substituindo Diana Griffith do original que foi considerada leve e frágil demais para o papel. Mas como ninguém lembra mesmo, faz pouca diferença), que teria sido abandonada por Riddick. Agora ela faz parte do planeta penitenciária. Vendo a brutalidade dos Necromongers, ele eventualmente irá enfrentá-los. Riddick custou 105 milhões de dólares e rendeu nos EUA apenas 54. De qualquer forma, é dinheiro jogado fora.