Crítica sobre o filme "Blade Trinity":

Jorge Saldanha
Blade Trinity Por Jorge Saldanha
| Data: 18/07/2005

O primeiro BLADE iniciou, em 1998, uma série de bem sucedidas adaptações de personagens de gibis da Marvel para o cinema, e teve uma boa continuação em 2002, BLADE II, dirigida por Guillermo Del Toro (HELLBOY, 2004). A trilogia chega à sua conclusão com este BLADE: TRINITY (2004), e tudo indica que esta será a última aventura cinematográfica do personagem que consolidou Wesley Snipes como astro de ação. Na verdade, considerando que Blade sempre foi um personagem de segunda (ou até de terceira) linha na revista The Tomb of Dracula, ele até que ganhou filmes que saíram melhor que a encomenda. Esta terceira aventura (cujo título é uma referência tanto aos três filmes da série como à trinca de personagens principais) foi a estréia na direção do roteirista David S. Goyer, que também escreveu os filmes anteriores e é o responsável pelo roteiro do ótimo BATMAN BEGINS (2005). Goyer decidiu não inventar, com um roteiro apenas funcional e uma direção acadêmica.

Como resultado, temos um filme menos violento e sombrio que os anteriores, que agradará principalmente pelos bem dosados efeitos visuais e cenas de luta, ao som de música techno. Além de cenas adicionais (como a do interlúdio romântico [?] de Drake e Danica) e estendidas, a versão deste DVD possui um final um pouco diferente (e para mim, inferior) do visto no cinema. O elenco de apoio é, no mínimo curioso: no papel de Drake temos o protagonista da finada série de TV JOHN DOE, Dominic Purcell; como Danica, a ex-musa do cinema independente norte-americano, Parker Posey - em caracterização desgrenhada; Ryan Reynolds, de O DONO DA FESTA (2002), garante os momentos de humor como Hannibal; e como Abby Whistler, a sarada Jessica Biel (da refilmagem de O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA [2003] e de STEALTH – AMEAÇA INVISÍVEL [2005]), simplesmente rouba a cena.

Mesmo estando praticamente no mesmo nível dos filmes anteriores da trilogia, e sendo uma ótima pedida para uma sessão com pipocas, BLADE: TRINITY afundou nas bilheterias norte-americanas, o que parece ter decretado o fim das aventuras cinematográficas do caçador de vampiros (a intenção de Goyer é levar Blade para a TV, onde dificilmente seria interpretado por Snypes) e dos “Notívagos”.