Crítica sobre o filme "Braddock – O Super Comando":

Marcelo Hugo da Rocha
Braddock – O Super Comando Por Marcelo Hugo da Rocha
| Data: 07/08/2003

Na década de 80, quem reinava nas prateleiras das locadoras em plena febre dos videocassetes era atores como Chuck NORRIS, Steven SEAGAL, Sylvester STALLONE, Charles BRONSON, Michael DUDIKOFF, entre outras promessas que ficaram esquecidas. Produções que eram lançadas diretamente para VHS (e BETAMAX) e que ficavam meses reservadas até sobrar alguma cópia. Como eu era amigo de alguns donos de locadoras, sempre sobrava alguma para mim.

Pérolas como McQuade, o Lobo Solitário (1983), Invasão USA (1985) e Comando Delta (1986) o tornaram em tempos posteriores o “Rei da Sessão da Tarde”. O valentão coronel James Braddock, que ainda apareceu nas continuações Braddock 2 – O Início da Missão (1985) e Braddock 3 – O Resgate (1988), é cópia empobrecida de John Rambo, interpretado pelo menos canastrão Sylvester STALLONE.

Também não é por acaso que neste período os filmes exalavam patriotismo americano, em plena ‘Era Reagan’, de certa forma ‘machão’ como NORRIS. Estórias como Braddock e Rambo – Programado para Matar (1982) que buscavam ‘vingar’ a derrota verdadeira na Guerra do Vietnã pipocavam nas telas de cinema. Até o grande ator Gene HACKMAN tomou as armas e retornou à Ásia para buscar seu filho confinado em campo de guerra vietnamita em De Volta ao Inferno (1983) e que por coincidência absurda, dirigido pelo mesmo Ted Kotcheff do primeiro Rambo...

Visto aos meus olhos nos dias de hoje, Braddock – O Super Comando é trash total, mas do bom! Apesar de ficar em muito blá-blá diplomático, as cenas de ação chegam a ser cômicas perto dos recursos que o cinema tem em mãos. Porém, não posso isentá-los por cenas como a do ‘bandidão’ que coloca o revólver na cintura para pegar um machado para matar nosso herói. Mas é emocionante ver Braddock emergindo das águas com uma M-16 destruindo o inimigo. Para os saudosos como eu e que se serviam do divertimento rápido e rasteiro do catálogo da produtora CAROLCO, e que produzia 9 de 10 dos lançamentos do gênero ação, aventura e terror; os sócios Menahem GOLAN e Yoram GLOBUS eram os ‘cara’.