Este é o filme responsável pela febre de refilmagens de produções japonesas de terror por Hollywood, cujos críticos já inventaram a alcunha de “j-terror” (“j” de Japão). Cansados de serial killers, digam-se tipicamente americanos, os produtores da terra do faz-de-conta descobriram na terra do sol nascente o terror psicológico. Os sustos fáceis deram lugar a dramas com invólucro sobrenatural.
Para quem assistiu a O Chamado “made in USA” não tem muito a ganhar com o original, a não ser pela curiosidade. Além da história ser idêntica, não há surpresas que possam “resolver” a versão americana, já que o O Chamado 2 – também dirigido por Hideo Nakata – é a continuação adequada. Em todo caso, Ringu é mais lento, visualmente bem inferior (claro, custou apenas 1,2 milhão de dólares) e o terror menos explícito. E está nisso o trunfo do filme, o mesmo caminho que tomou o diretor brasileiro Walter Salles também na refilmagem do japonês Dark Water (Água Negra).
O desespero da jornalista que viu a fita fatal, em salvar seu filho, junto com o ex-marido, é o que comanda os nossos sentimentos. As aparições sobrenaturais apenas nos lembram que estamos diante de um filme de terror. E para mim, já está bom demais! Por fim, curiosamente, Ringu também teve outro “remake”, Ring Virus ou apenas Ring (1999) realizado por um cineasta da Coréia do Sul, Dong-bin Kim. O certo é que todos foram baseados no livro escrito por Kôji Suzuki e publicado em 1989.