Crítica sobre o filme "Chinatown":

Edinho Pasquale
Chinatown Por Edinho Pasquale
| Data: 30/06/2004

Um grande filme do diretor Roman Polanski, agora novamente elevado ao status de grande diretor devido ao sucesso de O Pianista. Com sua forma e estética peculiar, nos brinda com esta história de detetives e crimes, no chamado estilo “filme-noir”.

Com uma história por vezes lenta, envolvente, assim como os filmes do gênero, é uma pequena obra-prima. Desde a ambientação de época, a fotografia (por vezes parecendo com tons e cores iguais, monótonos, como a Depressão que ocorria na época), diálogos fantásticos, alguns marcaram história (“Esqueça, Jake. Isto é Chinatown” e “Você é mais estúpido do que você pensa que eu penso que você é”). Na verdade, Chinatown acaba sendo uma espécie de metáfora, um “estado de espírito” e não o local em si. O roteiro é cheio de reviravoltas, até o seu surpreendente final.

Mas o que também rouba o filme são os atores, principalmente Nicholson. Ele é quase perfeito lembrando um Humphrey Bogart atual, cínico e que, ainda por cima, aparece na maior parte do tempo com um curativo no nariz. O filme foi planejado como uma trilogia, teve até uma continuação dirigida por Nicholson em 1990 (A Chave no Enigma), bem inferior a esta.

Este foi o último filme americano de Polanski, que foi condenado pela justiça americana por abuso sexual de uma adolescente. Aliás, ambos, Nickolson e Polanki, tiveram várias brigas durante as filmagens, numa delas o diretor jogou fora a TV que estava no trailer do ator, que não perdia um jogo de basquete do LA Lakers.

Um filme obrigatório, quase que impecável, teve 11 indicações ao Oscar®, vencendo o de melhor Roteiro Original (Robert Towne).

Não deixe de assistir.