Sucesso polêmico no México, talvez por ser um dos países mais católicos do mundo, o filme também trouxe alguma controvérsia entre os especatores. Há os que gostaram bastante do filme e os que detestaram. Isso não significa necessariamente um julgamento da obra cinematográfica em si, pois o principal tema, explorado com um ótimo roteiro (neste sentido), é a hipocrisia, nos seus mais diversos aspectos, não penas o sugerido pelo tema principal. Daí a controvérsia de opiniões, que podem ser confundidas com a cultura e valores de cada um que deu a sua opinião.

O filme tem um belo par de atores, Bernal já provou seu talento em "E Sua Mãe Também" e "Amores Brutos" e Ana Claudia se sai muito bem, com uma grande expressividade no olhar. O roteiro segue correto (baseado em um livro de Eça de Queiroz), até o seu final, sem cair para o folhetim (não achem que só porque o filme é mexicano que é uma daquelas novelas tipo "dramalhão que nos é apresentado goale abaixo pelas TVs. E também por muitos filmes também, mas aí já é outro caso).

A direção também está correta, pode-se discutir alguns exageros de enquadramento de "sentido figurado", mas é um filme que, embora um pouco lento no começo, é prefeitamente agradável de se assistir, sem apelações sexuais (as cenas são poucas e belas) ou nos grandes exageros do cinema mexicano. E, como diz no making of, quem nunca cometeu algum "pecado", que atire a primeira pedra. Se identifique, mesmo que inconscientemente com alguma das cenas. Ah, e não ache que é um filme "religioso", afinal, hipocrisia existia antes de qualquer religião ser formada (ou firmada).