Crítica sobre o filme "Demolidor - O Homem Sem Medo":

Jorge Saldanha
Demolidor - O Homem Sem Medo Por Jorge Saldanha
| Data: 05/07/2004

Mais uma criação de Stan Lee para os quadrinhos, Daredevil surgiu em 1964 e, por muito tempo, foi visto como um primo pobre de Spider-Man. O Demolidor talvez seja o mais dark dos super-heróis da Marvel, e ao longo dos anos foi escrito e desenhado por vários artistas. Mas realmente se consolidou entre os leitores quando, nos anos 80, Frank Miller (o mesmo que criou o clássico de Batman "O Cavaleiro das Trevas") assumiu as histórias, aprofundou os personagens e, principalmente, introduziu a memorável assassina ninja Elektra, com quem o “Homem sem Medo” manteve uma relação de amor/ódio. No final dos anos 90 o novato Mark Steven Johnson foi contratado para escrever o roteiro da adaptação cinematográfica, que seria dirigida por Chris Columbus. Mas o projeto passou da Fox para a Sony, que ao final desistiu dele em favor de Homem-Aranha. No final das contas, Demolidor, o Homem sem Medo voltou para a Fox e acabou sendo dirigido por Johnson, com base em seu próprio roteiro. Mesmo não sendo uma produção do nível das séries Homem-Aranha e X-Men, Daredevil incorpora elementos da melhor fase do personagem, a de Frank Miller, e se sai razoavelmente bem. Além da origem do Demolidor, vemos seu romance com Elektra e seus confrontos com os vilões Mercenário e Rei do Crime. O elenco não decepciona: Ben Affleck convence como Murdock/Demolidor; Colin Farrell faz um Mercenário memorável; Michael Clarke Duncan faz um Rei do Crime perfeito; e, finalmente a atlética e linda Jennifer Garner (da série de TV Alias), como Elektra Natchios, acaba sendo a responsável pelas melhores cenas do filme. Ela se saiu tão bem que ela e sua Elektra ganharão um filme próprio, já em fase final de filmagens. A produção é bem cuidada e as cenas de luta bem dosadas e coreografadas, mas há falhas que não passam despercebidas: o roteiro desenvolve até consegue desenvolver os personagens e é cheio de referências aos quadrinhos, mas por vezes é superficial e conduz a um final anticlimático e um tanto inconclusivo. Alguns dos efeitos visuais em CGI não convencem, e a trilha de Graeme Revell é fraca - o tema do herói é uma pobre variação de duas notas!