Crítica sobre o filme "Doze Homens e Outro Segredo":

Edinho Pasquale
Doze Homens e Outro Segredo Por Edinho Pasquale
| Data: 26/07/2005

Alguns são os termos que expressam a qualidade do filme: confuso, um desperdício, para poucos, curioso. Explico: O primeiro filme, uma refilmagem de um relativo sucesso da década de 60, prendia a atenção desde o início e cada um dos atores justificavam as suas participações no filme. Formavam um filme, que, se não era uma trama genial, impressionava por elementos que faltam neste aqui: uma direção segura, destaque equilibrado para cada uma das estrelas, um filme típico de roubo mas que deixava o espectador preso e esperando as próximas cenas. Neste tudo desandou. Um filme repleto de altos e baixos, confuso.

No início, há uma dificuldade de compreensão até porque o primeiro filme não chegou a ser brilhante, ou seja, já havia se esquecido quem era quem na trama anterior. Melhora no meio, mas não impressiona. Falta ritmo. Parece que todos os atores, inclusive os principais, estão apenas fazendo papéis de coadjuvantes em pequenas e nada brilhantes participações especiais. Claro que há reviravoltas, mas longe de se justificar o título: o décimo segundo homem mereceria ter outro ator, talvez com mais destaque e importância. Se bem que Vincent Cassel não compromete, mais pela falta de brilhantismo dos stars do que pelo seu desempenho. Como equipará-lo ao cabeça da organização e seus principais membros, como George Clooney e Brad Pitt? Seria o mesmo que, remetendo ao nosso melhor “produto”, o futebol, comparar Pelé ao bom mas incompetente Zico (sei da polêmica: mas que iporta bons jogadoressem títulos? Deculpem me os mais entusiastas). Claro que, não posso revelar, talvez este 12° segundo homem seja fruto do “outro segredo”, mas nada de tão revelador.

Há boas paisagens na Europa, uma trilha sonora no mínimo curiosa (começa com Roberto Carlos em italiano, cantada pela já obscura e redundante Ornella Vannoni, uma entusiasta de Vinícius e Toquinho!), a beleza plástica e competência de Catherine Zeta-Jones, a melhor figura do elenco, algumas surpresas e reviravoltas (para os mais atentos), uma boa brincadeira com a feiosa mas ótima atriz Julia Roberts e a participação bem canastrona de Bruce Willis. Mas além da fraca trama, não é qualquer público que consegue acompanhar as idas e vindas do roteiro, nos seus flash-backs que tentam justificar o inexplicável: a decepção e mais uma tentativa de oportunismo. Mas que cumpriu um importante papel para os estúdios de cinema atuais: lucrou 3 vezes mais do que custou. O “resto”, não importa. Pena.