Crítica sobre o filme "Ed Wood":

Edinho Pasquale
Ed Wood Por Edinho Pasquale
| Data: 10/07/2004

Este filme biográfico sobre o cineasta Edward D. Wood Jr. Foi um projeto do qual o diretor Tim Burton queria muito realizar. Tanto é que ele já estava comprometido com outra produção Frankesntein de Mary Reilly, quando soube o que este filme seria dirigido por Michael Lehmann, insistiu com os produtores e desistiu do contrato já assinado. E foi muito bom para o filme, pois Burton, que já estava consagrado por dirigir os dois primeiros Batman e Edward Mãos-de-Tesoura e, o tempo comprovou, sua competência para dirigir filmes com personagens “diferentes”, como Peixe Grande e, enquanto estamos publicando esta resenha, está produzindo um "remake" de A Fantástica Fábrica de Chocolates.

Não há muito que contar do enredo do filme, que mostra como Ed Wood conseguia produzir seus filmes com baixíssimo orçamento, o que fez ter o título de “pior cineasta de todos os tempos”. Era uma figura lendária, aqui extremamente bem representado pelo ótimo Johnny Depp (um parceiro de Burton, além de Edward Mãos-de-Tesoura realizou em conjunto A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça), que se travestia (sem ser homosexual, se casou duas vezes), tinha hábitos estranhos como usar saltos altos e sua turma ser de péssimos profissionais, além de usar diversos pseudônimos. Mas achava tudo perfeito, pois não tinha a menor noção de como dirigir e fez filmes que hoje se tornaram “cult”de tão ruins.

O resto do elenco está ótimo, com uma excepcional atuação de Martn Landau, que faz o papel de Bela Lugosi, um dos pioneiros do cinema (realizou uma ótima performance, por exemplo, em Drácula, de 1930, quando ficou imortalizado no papel) que com o passar dos tempos começou a fazer filmes de péssima por causa do abuso do álcool e das drogas. Ed Wood se tornou amigo e tentou ajudá-lo, à sua maneira. Landau parece uma “reencarnação” de Lugosi, tal a perfeição que lhe rendeu uma indicação ao Oscar®. Há até o fato de que Lugosi faleceu durante as filmagens de um de seus filmes e Ed teve uma brilhante idéia de como dar continuidade ao seu papel...

Há uma curiosidade: dizem que esta produção deste filme custou mais caro que todas as obras de Ed Wood juntas e que apenas a produção dos letreiros custou mais do que qualquer filme dele.

Aproveitando o décimo aniversário do filme, é uma bela oportunidade de revê-lo, principalmente por que se tornou também um filme “cult” e que fez com que todos os principais filmes de Ed Wood fossem um sucesso de venda de público em vídeo na época. Falecido em 1978, teve mais sucesso depois de sua morte.

Um filme especial para quem quer conhecer também o outro lado do cinema, os antológicos filmes chamados de “B” (embora os de Ed sejam “Z”, daí o seu charme). Mas este aqui, que conta sua biografia, deforma respeitosa, bem humorada, com admiração e emoção de Tim Burton, talvez uma de suas melhores obras. Não perca.