Crítica sobre o filme "Eleitos, Os":

Edinho Pasquale
Eleitos, Os Por Edinho Pasquale
| Data: 07/02/2005

Um belo filme baseado num livro de Tom Wolfe, adulado nos anos 80 por este e por outro livro adaptado para o cinema, A Fogueira das Vaidades, por sua narrativa perspicaz e irônica, que emplacou poucos outros bons livros desde então. Esta talvez seja sua melhor obra, muito bem adaptada para o cinema, embora tenha sido um relativo fracasso nos cinemas (custou US% 27 Milhões e faturou nos Eua pouco mais de 21 milhões), mostrando com muito bom humor a corrida ao espaço, que sempre fascinou muitas crianças e adultos (da minha geração, dos anos sessenta e das passadas, que viveram de forma testemunhal a idéia de se conquistar a Lua, hoje talvez uma bobagem para os mais jovens, cuja fantasia é acompanhada e talvez muito realista pelos atuais meios de comunicação).

O filme mostra desde a primeira experiência de quebra da “barreira do som”, em 47, um feito (hoje isso é feito até por terra) até a escolha do primeiro astronauta americano, para o Projeto Mercury, de 59. Um elenco bem afiado, numa roteiro brilhante como o livro, mais divertido do que se possa parecer. É complicado explicar para os mais jovens a guerra-fria, as corridas ao espaço, suas fantasias. Estão quase todas ali, bem relatadas no filme. Se o tema pode parecer ultrapassado para alguns, apesar de sempre atual, mesmo que seja pela imaginação ainda pueril de alguns ou pela realidade tecnológica, é sempre divertido se conhecer fatos históricos (mesmo que fantasiados). Ainda mais com a ironia do texto, dos diálogos e das situações, dos ótimos efeitos especiais (para a época, não o assista pensando em Senhor dos Anéis ou Matrix, por exemplo, lembre-se que o filme foi realizado em 1983, onde a computação gráfica e efeitos especiais realizados por ela ainda engatinhavam), tanto é que ganhou vários Oscar® técnicos (Efeitos Sonoros, Som, Trilha Sonora e Montagem).

Vale ser visto, sempre. Um filme que poderá agradar, mesmo que você seja arredio à filmes sem tanta ação e efeitos mirabulantes. Repito: apenas uma boa e bela história bem contada, se não vivida por você, pelo menos pelos seus pais ou avós. E qualquer dúvida, pergunte a eles. Você se divertirá ao saber como a história evoluiu. Para os cinéfilos, um bom prato, quase cheio.