Crítica sobre o filme "Encantadora de Baleias":

Edinho Pasquale
Encantadora de Baleias Por Edinho Pasquale
| Data: 22/07/2004

Um filme delicado, diferente, que não é para qualquer público. Mas é inegável que seu roteiro, por vezes lento, nos vai levando até a curiosidade do que acontecerá com a menina renegada pelos costumes de uma tribo remota da Nova Zelândia. É interessante o aspecto dramático, a atriz Keisha Castle-Hughes vai ganhando força, simpatia, não foi à toa a sua indicação ao Oscar®. Talvez seja incompreensível para o grande público tamanha rigidez e padrão na cultura apresentada, mas ela não é única e, se observarmos, poderemos fazer vários paralelos até com a cultura “moderna” de cada um.

Um filme que vai cativando, levemente, muito também devido à sua ótima fotografia e competente direção, suave porém impondo personagens “fortes”. Bem, o roteiro acaba nos levando as mais diversas reflexões, como costumes, conflitos de gerações, liberdade, papel da mulher na sociedade e por aí vai... Mas vamos ficar apenas com a sutileza da lenda principal, baseada num livro homônimo de Sir Witi Ihimaera.

Seu final, o ápice do filme é muito bem realizado, até lá não sabemos o que de fato acontecerá. Um filme que merece ser descoberto, principalmente para as pessoas mais sensíveis e que gostam de conhecer lendas (seria perfeito para um filme de desenho da Disney...) de povos contemporâneos que lutam ainda por suas tradições, porém tentando se adaptar ao mundo atual. Isso me lembra várias lendas indígenas (ou até poulares) brasileiras. Por que não se realizar filmes como este baseado nas nossas estórias, de forma séria e competente? Nem só de violência vive a nossa cultura.