Crítica sobre o filme "Enviado, O":

Marcelo Hugo da Rocha
Enviado, O Por Marcelo Hugo da Rocha
| Data: 17/01/2005

Quando vi o trailer pela primeira vez, fiquei na expectativa: “opa, juntaram Stephen King e Robin Cook num mesmo projeto!”. Porém, as inspirações se esgotaram no trailer, e o público não caiu nele: nem 15 milhões de dólares conseguiram arrecadar! A curiosidade de rever Robert De Niro num suspense/terror (os últimos tinham sido em 1994, Frankenstein de Mary Shelley e o Cabo do Medo, 1991) não foi o suficiente para salvar o filme também.

Um dia depois de fazer 8 anos, menino é atropelado e morre. Misteriosamente, um médico se apresenta e oferece um “novo” filho idêntico ao falecido. Através da genética, nasce um clone (vide as últimas obras de Robin Cook). Porém, ao atingir à idade quando morreu o primeiro filho, o novo começa a se comportar de forma estranha e agressiva (referências à Cemitério Maldito, de Stephen King). Até aqui a história convence, o suspense é subliminar, dentro do esperado. Então, num passe de mágica, tudo se perde em visões de um espírito infantil assustador, como impera nos últimos filmes de terror desde O Sexto Sentido, e fecha com explicações piores do que a encomenda, atropelando literalmente o início promissor. Decepcionante.

Retratar a aceitação da perda de um ente querido e, em geral, sobre a morte, sempre provocam a curiosidade do espectador, porém os roteiristas não têm colaborado em explorar o tema de forma que agrade até os descrentes, como é o caso de O Enviado. Para quem se assusta fácil, talvez funcione numa sexta à noite e chuvosa.