Crítica sobre o filme "Espanta Tubarões, O":

Edinho Pasquale
Espanta Tubarões, O Por Edinho Pasquale
| Data: 14/04/2005

O grande problema deste desenho é uma das suas principais qualidades. Eu explico: se passa no fundo do mar. E isso, logo depois da Disney ter lançado o estrondoso sucesso “Procurando Nemo”, faz com que sejam inevitáveis as comparações. São desenhos completamente diferentes, claro. Mas enquanto o primeiro é excelente para todas as idades, este “Espanta Tubarões” acaba não definido qual o seu público. As animações tem todos os recursos de computação gráfica, muito boas, há várias boas piadas e personagens bacanas. O que acaba não funcionando: o roteiro. Como acabei de dizer, ele acaba dispersando as crianças menores, pois trata de temas um pouco mais adolescentes, que também podem não se interessar muito pelo filme exatamente por que se trata de um desenho. E as melhores piadas ocorrem com personagens nos quais os adultos irão se deliciar, uma sátira a Máfia (os tubarões), com direito (nas vozes originais) a Robert de Niro e Martin Scorcese.

Confusa a explicação? Pois é, é até complicado de se entender mesmo. Há lições de moral para as crianças (com certa semelhança com a fábula “Pedro e o Lobo”) e para os adolescentes, através de personagens que agradarão, na sua maioria, aos maiores. Há muita música hip-hop, outras sacadas geniais de reggae (e seus personagens), a grande sacada do “Lava-baleias” e sua música, enfim, resumindo, uma grande salada. Enfim, um desenho que o tempo dirá se foi ou não injustiçado. No geral, para quem gosta de um bom desenho animado e reconhece várias das situações e personagens mais “adultos”, vai gostar. Apenas não se iluda: não é um novo “Procurando Nemo”. Mas também não decepciona.