Mais uma vez tem-se que a grande referência hoje de filmes de guerra é O RESGATE DO SOLDADO RYAN. E é tão claro ao assistir FALCÃO NEGRO. Da mesma forma que SPILBERG traz o espectador para dentro do combate utilizando-se de técnicas de filmagem quase jornalesca, SCOTT busca deixar-nos frente-à-frente do perigo iminente. Baseado em fatos reais (do best-seller de Mark Bowden), o filme fez sucesso nas bilheterias, principalmente, por ter sido o primeiro com cunho militar que estreou após os acontecimentos de 11 de setembro.
Para um povo ferido, homenagear a bravura de seus compatriotas de um fato quase esquecido por todos foi a idéia vinculada nos trailers e material promocional. Também seria o retorno da estima do diretor que vinha do muito criticado (no sentido ruim mesmo) HANNIBAL (2001). O filme é tenso por inteiro, barulhento, emocional, de encher os olhos, seguindo à risca a cartilha do produtor bam-bam-bam de Hollywood, JERRY BRUCKHEIMER (Pearl Harbor e Armaggedon, lembram?). Tudo isto não necessariamente indicam que o filme seja bom, mas FALCÃO NEGRO é ótimo. Tem crítico que viu exageros pró- intervenção americana na Somália, e que o filme passa a imagem de um povo local bárbaro e sanguinário. Como na grande maioria deste tipo de produção "made in USA" há distorções sobre os demais que co-habitam o mesmo planeta, mas não afeta o resultado - neste caso - final.