Crítica sobre o filme "Fritz the Cat":

Rubens Ewald Filho
Fritz the Cat Por Rubens Ewald Filho
| Data: 26/09/2003

Custou tanto chegar ao Brasil este desenho animado que se perdeu a maior parte de sua polêmica. Sobrou pouco do escândalo que o tornou famoso na época como o primeiro desenho animado para adultos, repleto de palavrões e ousadias sexuais (hoje até discretas, com alguma nudez, cenas de sexo, mas nada muito explícito). Na verdade, o filme resiste como uma autêntica visão do que foi a saudável loucura da contra-cultura dos anos 60 e começo dos 70. Usa persenagens criado por Robert Crumb, o gato Fritz, um estudante universitário que sofre as inquietações do seu tempo: fuma maconha, participa de orgias, escapa da polícia (que são mesmo "porcos"), se enganja em lutas revulucionárias, tudo incoseqüentemente. O filme é impiedoso na critica de costumes, ao retratar os negros do Harlem (corvos) com toda sua fíria e problemática e até os judeus (há uma festa numa sinagoga). Todo o estilo de vida radical-chic está preservado nesta fita que não choca mais. Mas que ainda é um trabalho inventivo de animação e uma sátira implacável. Merece ser conferido.