Crítica sobre o filme "Garfield - O Filme":

Edinho Pasquale
Garfield - O Filme Por Edinho Pasquale
| Data: 31/01/2005

Quando vi Garfield pela primeira vez, não o filme e sim as tirinhas de jornais americanos (no final dos anos 70, mas popularizadas no início dos anos 80) e logo em seguida em livrinhos de compilações, já aqui no Brasil, me encantei com aquele gato... Alguma identificação pessoal? Muitas. Vontade de fazer algumas das suas “atrocidades”? Idem com todos que conversava sentia a mesma empatia. Eu e o mundo... Afinal, convenhamos, por vezes é muito bom ser preguiçoso, sarcástico e comer uma lasanha... Isso sem falar na unanimidade mundial: odiar a segunda-feira. Por várias razões. Ela vem depois do domingo, um dia já chato por excelência exatamente por sabermos que a segunda existe. Bem, voltemos ao personagem. Jim Davis, seu criador, como é até mostrado nos extras deste DVD (vide abaixo) começou a desenhá-lo quase que de forma displicente, para depois dar a cara que todos conhecemos ao “ferino”. Quando pensávamos que a fórmula estava gasta, iam se introduzindo novos personagens.

Como o carteiro, a veterinária, o cão bobo (um personagem delicioso ainda nos quadrinhos). Fiquei apreensivo quando soube que aquele gato, que tinha pensamentos geniais, ia se transformar em carne e osso, ou melhor, “banha e carne”, via computação gráfica. Já havia visto o que fizeram com Scooby-doo (este um pouco mais antigo, mas devido ao mau roteiro acabou me decepcionando um pouco, melhor resolvido no segundo) e lá estava a dúvida: manter a fidelidade de ver o gato preferido (e um dos melhores personagens com animais fora a Disney) apenas no papel ou tentar assistir ao filme (preconceito? Talvez.). Relutei até adquirir o DVD. Assisti. E... claro que tenho prós e contras. Se sob a supervisão do criador Davis no início se mantém as histórias curtas, como se retiradas das tiras de jornal, sempre hilárias, o dito gato computadorizado assustava. Ora por parecer realista (algumas expressões, principalmente no olhar e caretas), ora por parecer artificial demais (nas cores, principalmente, pois logo no início as tiras ainda eram em preto-e-branco). E assim se foi até o seu final, mas acaba sendo irresistível, apesar de cair no lugar-comum (clichês), como o empresário malvado que quer o talento do desajeitado Odie na TV e Garfield tentará salvá-lo.

O personagem (e suas boas interpretações com pessoas e cães reais) superam em parte as expectativas. Esqueçamos as tiras, concentremo-nos apenas no filme. Acaba sendo pura diversão. É para isso que ele foi feito, para que novas e “velhas” gerações (re)conheçam este delicioso sarcasmo e gozações com o nosso (adulto) dia-a-dia. E carisma suficiente para as crianças, que, mesmo não entendendo todas as piadas (algumas nem os próprios pais as entendem), gostem muito deste novo “coleguinha”. Só espero que não seja tarde demais, devido ao fantasma dos monstros japoneses que invadiram os quadrinhos. Se bem que muito antes já adorávamos National Kid... Mas no final, é como imaginarmos os personagense de "Os Simpsons" em carne e osso... o tempo dirá...