Crítica sobre o DVD "Especial do Diretor" do filme "Grito, O":

Jorge Saldanha
Grito, O Por Jorge Saldanha
| Data: 29/08/2005

A Europa está de parabéns por disponibilizar, para venda direta, um DVD de O Grito, em versões com um ou dois discos, muito superior ao que foi lançado há alguns meses para locação (a distribuidora prepara lançamento similar para a versão sell thru de O Massacre da Serra Elétrica). Esta Edição Especial com dois discos combina os DVDs da montagem exibida nos cinemas (disponível aqui somente para locação) e a Versão do Diretor que a Sony lançou na Região 1, porém sem os comentários de áudio. É um produto caprichado, acima da média para seus padrões e comparável a alguns lançamentos das majors. Os dois discos estão acondicionados em um estojo Amaray transparente, envolto numa bonita luva de cartolina metalizada. Achei os menus animados feios, onde os tons verdes dos menus do DVD norte-americano foram trocados por uma combinação de vermelho e amarelo. Quanto à imagem, os DVDs apresentam alguma pixelização, principalmente nos extras.

Ao contrário do DVD de locação, neste o filme está apresentado no seu aspecto original widescreen anamórfico 1:85.1, e o que se nota nesta transferência é o esmaecimento das cores – o que já notara no cinema, portanto é característica da filmagem original – e um pouco de granulação e artefatos de compressão visíveis principalmente nas (várias) cenas mais escuras. O problema passará desapercebido pela maioria dos espectadores, mas fica flagrante dando-se um zoom, ainda que mínimo, num televisor grande. Não saberia dizer se a deficiência decorre das transferências utilizadas pela distribuidora ou da taxa de compressão aplicada. Contudo, todos os DVDs wide da Europa que conheço (cito, por exemplo Anjos da Noite – Underworld, que aliás mereceria uma edição como esta, com sua Versão Estendida) apresentam o mesmo problema.

Já quanto ao áudio não há do que reclamar, principalmente na faixa em inglês Dolby Digital 5.1. Ela é bem imersiva e cria, nos momentos mais climáticos (ou seria melhor dizer, apavorantes?) uma ambientação perfeita. Os efeitos surround são utilizados nos momentos em que são realmente necessários, sendo em boa parte responsáveis pela angústia de muitas cenas. O subwoofer, por sua vez, fornece graves sólidos que também reforçam a admirável trilha musical de Christopher Young. Para quem prefere assistir ao filme dublado, há uma faixa (inferior) em português Dolby 2.0. As legendas, em português e inglês, são amarelas – padrão da distribuidora.