Crítica sobre o filme "Incríveis, Os":

Rubens Ewald Filho
Incríveis, Os Por Rubens Ewald Filho
| Data: 13/05/2005

Lembram-se de quando eu dizia que no Brasil nenhum adulto ia ver fitas de animação, o antigo desenho animado, a não ser quando constrangido a levar um filho ou sobrinho? Pois é, isso mudou com este Os Incríveis, que faz incrível sucesso - só nos EUA 237 milhões de dólares - (embora The Incredibles, fosse melhor-traduzido como Os Inacreditáveis!) até nas sessões noturnas e na pior época do ano, o pré-natal. Sem duvida, mérito da Pixar, a produtora de Steve Jobs, que criou uma notável reputação ao se aliar a Disney (e continua a briga para decidir se continuarão juntos ou não). No mesmo ano de Procurando Nemo, eles buscam uma nova alternativa, chamando um diretor de fora para integrar o grupo, no caso, Brad Bird, que havia feito antes uma animação muito interessante, mas que permanece pouco conhecida, The Iron Giant (saiu em DVD pela Warner , como O Gigante de Ferro sem passar nos cinemas, contando a amizade de um garoto com um robot gigante. Uma fita bem talentosa e que merece ser descoberta).

Isso significa que a Pixar esta mudando, ousando, ficando diferente, mas sem fugir de seu padrão. O que mais me impressionou no filme, foi o fato de que ao contrário dos anteriores, ele não é uma comédia mas uma aventura, uma fantasia de ficção-cientifica tipo Homem Aranha. Não tem a preocupação de fazer rir (embora tenha muitos momentos de humor) mas de contar uma historia, de nos fazer envolver com os personagens (embora ao contrario das fitas de animação da Dreamworks não haja preocupação em promover os atores que fazem as vozes, tanto que apenas Holly Hunter e Samuel L. Jackson são famosos aqui, e mesmo assim os personagens não são especialmente modelados neles. O que libera a versão dublada com mais perda de qualidade). E o interessante é que consegue. Não tem canções no meio, não faz gracinhas, nem usa truques antigos de Disney. Conta bem os problemas de uma família de super heróis, que foram banidos e relocados para o interior e para vidas comuns. Até quando são obrigados a voltar à ativa. Ou seja, parece mais uma história em quadrinhos, bem amarrada, até um pouco aprofundada que culmina com muita ação. Só que em vez de atores é com desenhos feitos por computador. A adesão do público ao filme que sai dele feliz e satisfeito, talvez voltando a ser criança, confirma a boa fase da animação (muita gente afirma que são melhores do que os filmes com atores, mas para eles eu digo um nome: Nem que a Vaca Tussa! o outro desenho Disney do ano que não era nada inspirado).