Crítica sobre o filme "Inocente, O":

Edinho Pasquale
Inocente, O Por Edinho Pasquale
| Data: 23/06/2004

Um filme de Luchino Visconti dificilmente é ruim. Este seu último filme, produzido no ano de seu falecimento, quando ele já estava bastante adoentado, não chega ao patamar de suas obras-primas, mas mesmo assim é um belo filme. Baseado num livro (“O Intruso”) de autor “maldito” na Itália por razões políticas, Gabriele D´Annunzio, Visconti usa de sua habitual genialidade cinematográfica para compor personagens de caráter duvidosos com extremo requinte. Uma belíssima reconstituição de época (o enredo se passa no século 19), ele se utiliza como poucos da câmera, mesmo não participando da edição final do filme, com seus detalhes e com elenco repleto de beldades, como Laura Antonnelli e Jennifer O´Neill (nascida no Rio de Janeiro...). A curiosidade é que Visconti queria Alain Delon no papel de Giancarlo Giannini e Romy Schneider, mas ambos não puderam aceitar o convite (ela, por estar grávida e ele, por estar sobre contrato cuja multa seria muito grande para a produção). Destaque ainda para o ótimo roteiro, principalmente no desfecho da trama. Um belo filme.