Que tal juntar um dos melhores filmes de um ótimo diretor (Brian de Palma), um elenco de primeira linha (Kevin Costner - quando ainda fazia bons filmes...-, Sean Connery, Robert de Niro, Andy Garcia, além de um elenco de apoio e tanto), um tema que sempre fascina, mesmo pra nós, a Máfia (afinal, são tantas... a Italiana é apenas uma “referência” pr o nosso dia-a-dia), e cenas memoráveis? A cena do bebê na escada, uma homenagem ao diretor russo Eisenstein em “Encouraçado Potemkin”, a cena inicial do bebê (violenta? Talvez, mas já é um prenúncio ao que encontraremos: a imparcialidade e crueldade dos gângsters, seja de qual nível ou localidade), o sórdido ataque na casa do personagem de Connery, enfim, praticamente todas as principais cenas são incríveis, com De Palma colocando uma câmera nervosa, ágil, nos momentos certos. Aliás, tudo dá certo. Trilha (de Ennio Morricone), Figurinos (de Armani), Direção de Arte, Cenografia, Roteiro (um dos pontos até mais fortes, é impossível ficar irriquieto e complacente, há de se torcer pelo bem, até no seu final). Do mesmo nível de O Poderoso Chefão 1 (a comparação é inevitável, porém são dois filmaços, os dois são geniais).
As curiosidades ficam pelo fato de De Niro substituir o já contratado Bob Hoskins (despedido e indenizado por de Palma), Mel Gibson e Harrison Ford quase foram contratados antes de Costner e, na vida real, Capone e Ness nunca se encontraram no tribunal. O filme rendeu pouco mais de US$ 186 milhões no mundo, contra um orçamento, na época, de US$ 25 milhões. Quanto aos prêmios, foi injustiçado, “apenas” Connery ganhou os principais, como o Oscar® e Globo de Ouro, embora a trilha de Morricone tenha ganho um Grammy. A mesma história do esquadrão incorruptível na era dos gangters de Chicago já havia tido uma série para a TV de sucesso em 1959, depois refeita em 1993. Está previsto para 2006 mais uma edição: The Untouchables: Capone Rising. Resumindo: um dos melhores filmes de todos os tempos. Não perca.