Dirigido e escrito pelo mesmo responsável pela peça que originou Gaiola das Loucas (1996) e do sucesso O Closet (2001), Francis Veber tem um humor raramente visto no cinemão americano, exceto em alguma obra dos irmãos Farrelly, e que é muito apreciado dentro do público adulto, diferentemente do juvenil, que são admiradores da escatologia cômica.
Em O Jantar dos Malas, também baseada numa peça teatral, a ação passa quase toda dentro de uma sala-de-estar na mansão de Pierre (Thierry Lhemitte, também visto em O Closet), que preparando-se para um encontro com o seu representante à “mala” – a qual levaria ao tal jantar – acaba tendo um problema nas costas e fica impossibilitado de seguir o seu plano. Porém, é tarde demais, e o “mala” já está a sua porta para entrar. Para complicar, a esposa o abandona na ocasião, e restam as confusões do “mala”, tentando ajudar Pierre a recuperá-la.
As situações provocadas pelo “mala”, o excelente ator Jacques Villeret (que ganhou o César em 1999 de melhor ator por este trabalho), são muito divertidas, principalmente quando está ao telefone. Como em muitas comédias francesas, o riso não é tão fácil a ponto de gargalhadas ou um desfile típico de piadas. O humor por si só refere-se a absurdos fáticos que simplesmente acontecem dia-a-dia. Ou você nunca foi chamado de “mala” ou mesmo não conhece um bem próximo?