Um filme diferente. No início parece que será mais uma daquelas estórias bobinhas, quase que um simples romance partindo de um triângulo amoroso, um daqueles filmes europeus monótonos. Mas o roteiro surpreende e tudo é revirado de forma inteligente. O problema é que as reviravoltas não param! São tantas que algumas pessoas podem acabar se perdendo. Há até uma no final dos letreiros. O que fica evidente é que não é o tipo de filme entediante. Os atores estão bem dirigidos, destaque para Natalia Verbeke (de O Outro lado da Cama). Já o mexicano Gael García Bernal (de Diários de Motocicleta e A Má Educação), que faz o papel de um ator carioca (!) está bem à vontade, num papel que ao invés de crescer, cai. O contrário acontece com o personagem do fraco James D’Arcy. É o primeiro filme do diretor-roteirista Matthew Parkhill, que causou uma ótima impressão no Sundance Festival de 2003. A ótima fotografia é do brasileiro Affonso Beato (de Carne Trêmula e Tudo Sobre a Minha Mãe), este sim é carioca. É um daqueles filmes pequenos que crescem, sobretudo em vídeo. Não chega a ser uma obra-prima, mas merece ser visto.