É inegável a coincidência com fatos reais ao assistir este filme: coincidentemente o vi poucos dias depois da liberação de duas voluntárias italianas seqüestradas no Iraque. Casos diferentes, é claro, mas é impressionante como vivemos num mundo “meio maluco”. Descartados todos os ufanismos americanos do filme, é uma boa fita de ação, com alguns bons momentos de emoção (que, nesse aspecto – e apenas neste – lembra Platoon): como ser frio e calculista para acatar regras vindas de um superior, distante, que não está vivenciando a situação.
O diretor Antoine Fuqua (o mesmo de Dia de Treinamento e do recente Rei Arthur) é bastante competente, sabe bem dosar as cenas de ação e drama, são muito bem dirigidas, sem grandes apelações ou efeitos baratos. Claro que há os dissabores de uma guerra, com cenas chocantes, porém não são gratuitas, nos envolvem exatamente para entrarmos no clima. Bruce Willis está á vontade no papel, afinal não deixa de praticamente ser sua especialidade exercer o papel de mocinho em guerra, seja urbana ou, como no caso, no meio da África. Aliás, o filme foi escrito para ser uma continuação da série Duro de Matar. Mônica Belluci, bela como sempre, está bem razoável como a médica, o elenco de apoio é competente (todos os que fazem parte da tropa de elite da marinha S.E.A.L. fizeram um treinamento real por duas semanas para serem mais realistas), mas os “nativos” são quem merecem destaque.
O tema controverso (até que ponto os EUA tem o direito de invadir países em nome de uma suposta paz) é ao menos tratado de forma digna, honesta. É um bom filme, merece ser visto por quem gosta de ação com grau de dramaticidade, repito, sem apelações. Talvez seja um pouco previsível (há um fato que provoca uma certa reviravolta, mais no final do filme), mas um competente entretenimento.