Crítica sobre o filme "Menina dos Olhos":

Edinho Pasquale
Menina dos Olhos Por Edinho Pasquale
| Data: 07/03/2005

Você já deve ter ouvido falar que tal filme ou tal cena é um clichê. Pois Bem, clichê e uma cena que é vista diversas vezes em filmes diferentes ou seja, uma fórmula de sucesso, aquela situação em que a grande maioria do público irá gostar ou se identificar. Aqui temos uma caso típico onde todo o filme é um clichê, ou seja, todas as cenas foram preparadas para que o público goste. Isto é ruim? Nem sempre. Vamos aos exemplos: Você nunca viu um filme onde o pai (ou a mãe) é obrigado a ter que ficar com o filho, mesmo ele sendo um cara que só pensa na sua profissão? Ou ainda que ele tem que decidir entre a sua carreira ou a amizade de filhos, parentes e/ou mulheres? O cara que de repente fica pobre e quando tem uma oportunidade de voltar a fazer sucesso tem que decidir entre a carreira ou alguma situação afetiva? Uma garota que só queria uma grande amizade e que se apaixona? E por aí vai... Algumas (ou todas, não sei, não quero contar o filme) podem estar aqui neste filme dirigido e escrito por Kevin Smith, um especialista no assunto. Ele já havia realizado vários trabalhos como Diretor, como O Balconista, Barrados no Shopping, Procurando Amy e Dogma, por exemplo. Também roteirista, produtor e ator, teve vários problemas durate a realização deste filme, cuja produção teve que esperar alguns anos, seja por causa dos atores (BenAffleck já havia se comprometido a rodar O Demolidor, azar dele, Ben...), na época da divulgação Jennifer Lopez foi excluída do material publicitário pois acabara de fazer um filme com Affleck, embora num papel relativamente pequeno, (Contrato de Risco, um fracasso de público – eram casados na época) e por aí vai. O filme ainda tem pontas de Matt Demon e Will Smith (numa boa e engraçada cena) e atrilha é do tipo de nomes famosos, mas muito boa, eclética, com The Cure, Al Green, Stevie Wonder, Bruce Springsteen e até Pete Townsend.

Mas não é que com tantos “contras” o filme acaba ficando “certinho”! Uma boa comédia romântica, como disse, seguindo os padrões, mas é aquele tipo de filme que o público em geral, pelo menos as mulheres, acabam adorando. Sabemos como termina, nos emocionamos, damos algumas risadas e até torcemos para que, o que já sabemos que acontecerá, sê certo. Parte disso vem do carisma da pequena Raquel Castro, que faz o papel da filha de Ollie (Affleck) e por ótimas cenas, principalmente um ótimo diálogo, do encontro entre Ollie e Maya (Liv Tyler). Não se trata de uma obra-prima, mas é um daqueles filmes que acabam cativando. Assista sem preconceitos e você gostará.