Interessante olhar sobre o mundo dos gênios que concedem desejos, produzido por ninguém menos que Wes Craven. Com efeitos visuais interessantes, que passam pelo tosco, o grotesco, e até o surpreendentemente bem acabado, ´O Mestre dos Desejos´ consegue divertir apreciadores do gênero não muito exigentes. A direção consegue dar um clima de terror adequado, mesmo não sendo nem brilhante nem sofrível, assinada por Robert Kurzman, um veterano em maquiagem com um vasto histórico em filmes de terror, responsável também pelos efeitos visuais do próprio filme.
O elenco é recheado de figurinhas carimbadas do cinema de terror americano, como o ´Candyman´ Tony Todd, e os dois que interpretam os vilões mais notórios deste gênero, o ´Jason´ Kane Hodder e o ´Freddy Krueger´ Robert Englund. O próprio mestre dos desejos não é uma criatura criada digitalmente, o que lhe confere certa veracidade e carisma. Porém, o que assusta e lhe dá identidade é sua voz, pronunciando frases já antológicas como "as you wish...". Surgido em uma época fraca em se tratando de filmes ou enlatados de terror, este até que fez bonito, conquistando fãs e rendendo 3 continuações.
´Mestre dos Desejos´ está longe de ser um ótimo filme de terror, mas também não é desapontador. Em uma passagem do filme, o diálogo revela até uma alusão à atual condição dos filmes de terror, quando uma personagem trata do termo ´gênio dos desejos´ através dos tempos. Segundo o filme, o temo vem de djinn, que é a raça demoníaca do filme. Ao longo dos anos, o termo foi se modificando para se tornar agradável e rentável, culminando no que conhecemos coloquialmente como gênio de desejos, uma imagem pura e dócil. Segundo a própria personagem, "antes tudo era mais assustador." Se não dispomos de filmes de terror como antes, pelo menos podemos nos contentar com boas novidades como este.