Crítica sobre o filme "Mestre dos Mares":

Rubens Ewald Filho
Mestre dos Mares Por Rubens Ewald Filho
| Data: 11/08/2004

Um dos críticos do New York Times o colocou em primeiro lugar dentre os melhores do ano, dizendo que pinta um retrato realista e sincero do que era a antiga Marinha Inglesa na época do Almirante Nelson. Muito bem, isso é verdade. Mas não é exatamente o assunto que faz o mundo tremer de emoção. Realizado pelo australiano Peter Weir, o filme é longo (principalmente na primeira parte; parece se arrastar), com um protagonista muito fraco (desta vez, Russell Crowe não consegue nos fazer gostar ou se interessar pelo personagem do comandante do navio) e uma trama bastante banal. Nem chega a ser filme de pirata (e Piratas do Caribe, mesmo sendo comédia, era muito mais divertido). Mostra apenas os problemas de um galeão que é atacado por uma nau francesa mais ligeira (e que deseja os despojos, a que chamam de Fantasma).

Conseguem escapar e vão para a costa do Brasil se recompor. Depois passam por Galápagos (onde o médico de bordo, feito por Paul Bettany, que também esteve com Crowe em Uma Mente Brilhante e que tem aqui um bom trabalho, procura catalogar a fauna local, numa referência clara a Darwin). E se preparam para enfrentar novamente o inimigo, numa nova batalha final, bastante bem feita. E o filme é só isso. Não tem mulher, conflito romântico, aprofundamento psicológico, histórico, apenas realmente pinta um retrato de época bastante fiel e acurado (embora eu me lembrasse dos filmes marítimos de minha infância, que eram super-colorizados e fantasiosos, e ficasse pensando se eles não eram melhores. Mudou o cinema ou mudei eu?).