Crítica sobre o filme "Meu Primeiro Homem":

Edinho Pasquale
Meu Primeiro Homem Por Edinho Pasquale
| Data: 13/03/2004

Este é um daqueles pequenos grandes filmes. O infeliz título (ainda pior em português) nos leva a um filme banal, cheio de "sexo, drogas e rock n´roll" ou uma bobagem adolescente "como perdi a minha virgindade". Na verdade não é nada disso. Até começa com essa idéia, ao mostrar a adolescente “J” (Leelee, a loura de “Casa de Vidro” e “De Olhos Bem Fechados”), uma gótica bem radical e seus problemas do dia-a-dia, seu “anti-relacionamento” com pais e sociedade, com toques de comédia. Até que ela conhece “Randall” (Albert Brooks, de “Nos Bastidores da Notícia” e “Mãe É Mãe”, muito bem no papel), onde o tom de comédia ainda prevalece, mas vai dando um tom mais sério, com algumas reviravoltas.

O que poderia ser um grande lugar-comum (o chamado “clichê”) acaba se tornando um drama sensível nas mãos da diretora Lahti (atriz de “Justiça para Todos” e “Um Golpe no Destino”, mais conhecida em produções para a TV), no seu primeiro trabalho como diretora de longa para o cinema. Ela, aliás, faz uma breve cena não creditada.

A trama nos envolve aos poucos, até o seu quase previsível final. Quando percebemos, lá se foi o filme, ou seja, o tempo passou e tivemos um bom entretenimento. Uma produção pequena, com ótimos atores (note a ponta de John Goodman), roteiro e direção. A velha história sobre pessoas que chamamos de "diferentes" que, na verdade são como todos nós, ressaltando alguns valores por vezes meio perdidos como a família e a amizade.

Não teve grande repercussão, mas vale dar uma olhada, você poderá se surpreender (no bom sentido).