Este é literalmente um filme de arte. É a história, certamente inventada, da garota que posou para o pintor holandês Vermeer (Colin Firth) num de seus quadros mais famosos. Uma típica fita inglesa que é um exercício intelectual reimaginando as circunstâncias em que o artista vivia e criava. Ele tinha problemas com a esposa ciumenta, a sogra dominadora, os diversos filhos e principalmente com os patrocinadores, um mecenas metido à besta feito por Tom Wilkinson.
Segundo o filme, a garota (Scarlet Johansson, a mesma de Encontros e Desencontros e que por esse filme teve também uma indicação como coadjuvante ao Globo de Ouro) é uma servente do pintor, que teve que trabalhar porque o pai ficou doente. Ela namorava o filho do açougueiro (Cillian Murphy, de Extermínio) e ajudava Vermeer não apenas limpando seu ateliê, mas principalmente auxiliando-o a misturar as tintas (é curioso porque a gente nunca pensa nisso: como devia ser difícil conseguir tintas numa era pré-industrial).
Naturalmente a fotografia (de um português) tenta reproduzir o estilo de luz do pintor. Ou seja, tudo é muito bonito, requintado, artístico. Mas a fita não é nada especial, nem tem grandes chances comerciais. Nem Scarlett, que faz tudo direitinho, mas sua principal tarefa é ser parecida com a moça da pintura. E só isso.