Crítica sobre o filme "Monstro, O":

Marcelo Hugo da Rocha
Monstro, O Por Marcelo Hugo da Rocha
| Data: 03/06/2001

Este foi o meu primeiro contato, depois de A VIDA É BELA, com uma produção "legítima", vamos dizer assim, de Roberto BENIGNI. Aliás, não precisamos nem lembrar do "frisson" do OSCAR de 1999, levando para casa o de melhor filme estrangeiro e melhor ator (o primeiro para um filme não falado em inglês). Mas O MONSTRO, de todos os outros realizados antes de A VIDA É BELA (graças ao VHS) é disparado o melhor, mesmo que JOHNNY STECCHINO (1991) seja muito bom. E quem vê O MONSTRO saberá que nos demais verá sempre a mesma caracterização de BENIGNI. Parece um ator que auto se interpreta. Como o trapalhão DIDI.

E como também se verá que BENIGNI não arriscará produções diferentes do que acostumou seus admiradores (dentre eles, eu), apesar de termos em A VIDA É BELA a mais interessante interpretação (vamos esperar por PINOCCHIO em 2002). O MONSTRO é uma comédia simples, tipo "pastelão", com sentidos duplos que levam o personagem de BENIGNI a ser confundido com um serial killer. Então entra em cena, a sua musa, inspiradora em quase todos os seus filmes, Nicoleta BRASCHI, casada na vida real com o ator. Como uma policial desastrada, tenta de todas as formas incriminar o suposto assassino utilizando-se das formas mais inusitadas para capturá-lo.

Então rola as cenas mais absurdas e engraçadas do cinema italiano. A comédia simples, como faziam os TRAPALHÕES, os 3 PATETAS, até mesmo CHAVES e CHAPOLIM ainda reina entre as crianças e os adultos. Basta de TODO MUNDO EM PÂNICO e outras porcarias do gênero, com piadas estatológicas e tudo mais. Roberto BENIGNI é o cara, apesar de sua indicação como o pior ator novato (Framboesa de Ouro) para O FILHO DA PANTERA COR-DE-ROSA (1993).