Crítica sobre o filme "Outra Face da Raiva, A":

Edinho Pasquale
Outra Face da Raiva, A Por Edinho Pasquale
| Data: 18/09/2005

Um filme que, aparentemente, é bem clichê. O que isto pode significar? Que já vimos algo parecido antes. Com as mesmas situações. Então é mais um filme para se ver numa tarde chuvosa? Não necessariamente. Se analisarmos por outros pontos-de-vista, é um filme que pode agradar ao público mais sensível, que não se preocupa muito com a mesmice do dia-a-dia.

Costner está bastante honesto na interpretação de quase uma auto-mini-biografia: a grande estrela que acaba se segurando pela fama. Olhando por este lado e pela sensibilidade dos demais personagens, o filme se torna bem realista e invocativo. O que nos leva a tomar decisões importantes, levados por sentimentos até levianos? Até que ponto somos culpados por não termos alternativas de vida, honestas e sinceras? Apesar da mão quase pesada do Diretor Mike Binder (praticamente estreiante na função) e do ritmo quase lento do roteiro, até previsível pelos mais sensíveis, o filme acaba agradando. Os atores seguram a trama.

Temas cotidianos esperam em cada canto do filme, sempre lembrados pelos detalhes das relações familiares, conjugais e até de uma sociedade inteira, dependerá sempre das relações internas de cada um. Há a reviravolta final, menos importante pelo até esperado, e sim por trazer à tona uma pergunta? De que vale a “Raiva”? Ela atrapalha a nossa vida ou temos que usá-la como desculpa?

Ora!, um filme que chega a incomodar a este ponto não deixa de ser, pelo menos, uma boa pedida. Pelo menos para os mais maduros.